"It's about f****** time" foi o lema da estilista britânica, cada vez mais combativa no seu discurso contra o uso de peles animais, o desperdício na indústria da moda e, desta vez, contra a utilização de penas de aves.
"Vejo as coisas de um ponto de vista diferente. Então abordei [a coleção] da perspectiva dos pássaros. Tentei trazer a leveza, a feminilidade do seu voo", declarou à imprensa após o desfile, realizado numa avenida parisiense que costuma receber uma feira.
Para levantar voo, a mulher pode vestir-se com uma nuvem que lembra um marshmallow, ou com um vestido de noite em lamé que esconde os braços.
Como destaque, a filha do "beatle" Paul McCartney apresenta paletós amplos para a primavera/verão, com ombreiras grandes, sobre calças com pernas retas ou saias na altura dos joelhos. As executivas mais ousadas podem combiná-los com os "hoodies".
Já o blazer branco do tipo smoking pode simplesmente esconder um body de seda e decote generoso. Algumas modelos vestiram-no sob sutiãs de metal, com pombas douradas esculpidas, ao estilo Matisse. Fivelas enormes mantêm as amplas calças no lugar.
Para a noite, vestidos pretos ou brancos longos e transparentes têm caudas longas. Meias de renda complementam a produção.
O lema combativo é a maneira de Stella McCartney exigir uma mudança que a indústria da moda está relutante em empreender.
"It's about f****** time", lembra a estilista, já estava estampado numa camiseta que usou há 25 anos, quando acompanhou o pai na sua estreia no Rock and Roll Hall of Fame.
Somos uma casa de moda muito estranha, de certa forma, porque obviamente a sustentabilidade e a qualidade estão no centro de tudo o que fazemos", acrescentou.
"E tenho que equilibrar isso com o fato de que sou estilista de moda e só quero fazer coisas bonitas e justas", explicou ainda.
Entre os convidados deste desfile protesto estavam celebridades como a cineasta Greta Gerwig, a atriz francesa Juliette Binoche e a dominicana Nathalie Emmanuel.
Comentários