A organização de defesa dos animais PETA afirma que o vídeo foi "gravado por uma testemunha" e "contém imagens captadas em janeiro e fevereiro deste ano em 12 fazendas diferentes" da África do Sul, de onde provém mais de metade da lã mohair vendida no mundo. A ONG pediu às autoridades do país que fosse aberta uma investigação.

Nas imagens podem ver-se cabras angorá, cuja lã serve para confecionar camisolas, cachecóis e cobertores, a serem arrastadas pelos chifres ou pelas patas, levantadas pelo rabo e atiradas para o chão pelos tosquiadores.

Este vídeo "incitou muitas empresas internacionais de moda, entre elas os grupos H&M, Gap Inc., Inditex e Arcadia, a estabelecer uma proibição sobre a venda de mohair", indicou a PETA em comunicado.

Contactados pela Agência France-Presse (AFP), os porta-vozes dos quatro grupos confirmaram que se comprometeram a parar de usar esta fibra antes de 2020.

A H&M confirmou que usava esta lã nas suas coleções em proporções ínfimas (0,044% das fibras). A concorrente espanhola (Zara, Pull&Bear, Massimo Dutti, Bershka, Stradivarius, Oysho, Zara home, Uterqüe) declarou que a matéria representa "um número reduzido de produtos".

"Nenhum padrão credível permite atualmente dar uma informação transparente e controlável sobre a produção de mohair", afirmou um porta-voz da H&M à AFP, acrescentando que o grupo "continua a procurar fibras alternativas".

"A Inditex considera deploráveis as práticas cruéis nas fazendas de mohair sul-africanas reveladas pela PETA", declarou o grupo espanhol.

A Gap assinalou "levar muito a sério a questão do bem-estar animal" e indicou que esta proibição afetava as marcas Athleta, Banana Republic, Gap e Old Navy.

O grupo britânico Arcadia (Tophsop, Topman, Burton Menswear, Dorothy Perkins, Evans, Miss Selfridge, Outfit Kids, Wallis) também confirmou medidas similares e expressou a sua "preocupação com o vídeo obtido pela PETA".