O segundo dia da 57ª edição da Modalisboa foi encerrado pelo designer Luís Buchinho, que regressou à ModaLisboa, com a sua coleção "Another hope feeds another dream". Nesta coleção é feita uma ode ao otimismo, à sedução e à feminilidade. Tons sorvete juntam-se a preto e branco para um efeito elegante e gráfico e matérias com texturas visuais inusitadas são conseguidas através de plissados, enrugados e cortes laser.

O dia de desfiles teve início por volta das 17h com as apresentações de Ariyaki, Frederico Protto e Opiar, totalmente digitais.

A coleção de Ariyaki surgiu numa introspeção da relação entre o “eu” criador e abordagem ao trabalho do Designer que, com o decorrer do tempo, se apercebe ainda mais da importância da sensibilidade da expressão própria. Esta coleção é o resultado da experimentação/fusão do trabalho desenvolvido até à data. O desenvolvimento das formas, da escolha das cores, e das formas dos looks da coleção foram traduzidas através do interesse pela vertente Surrealista: a liberdade, o irreal do subsconsciente, a reflexão num intervalo curto de compreensão do que é possível traduzir do mundo imaginário para o real, não sendo preciso ter uma lógica ou uma razão em concreta para haver uma justificação. O conceito para a realização do vídeo foi o foco na proximidade intimista entre o criador e a sua coleção, pegando no aspeto isolado presente nas pinturas do surrealismo, havendo nenhuma involvência de outros, dando uma sensação de isolamento. A narrativa conta o percurso de questionamento e, no final, o encontro de respostas e libertação, deixando em aberto o que poderá acontecer no futuro.

"Valentine" foi o nome dado à coleção de Federico Protto em colaboração com Aleks Borys As peças usadas no vídeo fazem parte de uma coleção criada durante o primeiro confinamento usando apenas materiais do arquivo pessoal do designer.

Artur Dias integra atualmente a plataforma Workstation, com a marca OPIAR, trabalhando as peças baseada na filosofia do trabalho singular e da Moda sustentável. Esta coleção foi inspirada nos poemas da mãe do designer.

Carolina Machado deu o pontapé de saída à plataforma LAB com a sua coleção para a próxima primavera/verão 2022. Entre cada coleção há sempre um fio de continuidade, evolução e reinvenção. Reaproveitando deadstock de coleções passadas e tecidos naturais, como algodão e linho, Carolina Machado apresenta um uniforme de verão que incorpora o ADN da marca: sóbrio, contemporâneo, elegante e intemporal, que pretender ser um guarda-roupa para todas e quaisquer ocasiões. Nesta coleção primavera/verão, Carolina procura um eterno lugar à sombra, numa paleta de tons areia com pequenos apontamentos de cor, como fuchsia e laranja, silhuetas femininas contrapostas pela alfaiataria masculina, franzidos e canelados.

A segunda aposta da plataforma LAB foi para Béhen, a marca criada por Joana Duarte que colabora com pequenas comunidades de artesãs portuguesas e estrangeiras para dar uma segunda vida aos panos de antigamente. A coleção para a próxima estação fala de uma identidade artística feminina em ditadura, que é feita de mordaças escritas por dentro e percorre 15 nomes do pensamento maior através de 15 coordenados que são menos roupa e mais um estudo da construção do significado. Para além do trabalho continuado com artesãs, as calças à boca-de-sino, colchas, bordados tradicionais — o Bordado da Madeira, feito de raiz pelas sábias bordadeiras — e peças em ganga (confecionadas na Pizarro) não ganham agora uma dimensão política porque a Moda sempre foi política.  Com o apoio da Casa do Artista, que trabalha todos os dias pelo reconhecimento profundo dos profissionais das Artes, esta primavera nasce dos relatos sobre o que era viver sob Salazar que estas 15 pessoas — as mulheres e os homens que lutaram por elas — partilharam com fogo na voz.

Kolovrat foi a penúltima a apresentar as suas propostas para a próxima estação. Através da criação de formas justas ou desconstruídas a partir das linhas geométricas do streetwear e da exploração da geometria sagrada ­­- incluindo vestuário tradicional, como um quimono – Kolovrat transformou peças de forma a obter uma nova composição. Utilizando sobras de tecidos, valorizou o vestuário, procurando o propósito de um exercício moderno, como uma mandala, porque a designer acredita que quando abraçamos a cor, encontramos a liberdade.

Amanhã segue-se o 3º dia do evento que vai começar por volta das 15h com as apresentações de Filipe Augusto e Fora de jogo, da plataforma Workstation. Segue-se Duarte, da plataforma LAB, por volta das 16h. Ricardo Preto, Constança Entrudo, Carlos Gil e Ricardo Andrez seguem-se no encadeamento de desfiles, que culmina com a apresemtação de Luís Carvalho e as suas propostas para a próxima primavera/verão 2022.

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