O cenário fez alusão ao deserto do Arizona ou do Novo México, e a banda sonora, essencial nos desfiles de Pharrell Williams, aos cantos dos povos originários destas terras.

Com uma proposta que lembrava o filme de Martin Scorsese “Assassinos da Lua das Flores", Williams misturou o artesanato dos povos Dakota e Lakota com o "savoir faire" da marca francesa.

Grandes bolsas com o monograma da marca, em diversas cores e estampados, eram levadas pelos modelos, alguns vestiam casacos rústicos ou camisas justas decoradas com pedras turquesa em formato de botões.

Aos poucos, outros temas relacionados com a proposta de Williams começaram a aparecer, como a ampliação do tradicional estampado quadriculado da marca.

Um casaco comprido começava com um grande estampado quadriculado vermelho na parte superior da peça, que ia-se desfazendo até se tornar num grande desenho de um cowboy em tons de azul, na parte inferior.

Camisas pretas apareceram com franjas brancas e bordados na altura do peito. Alguns cintos, com fivela de ferro no formato de monograma, foram adornados com pedraria.

“A usar o melhor artesanato, desde pedras preciosas até técnicas de pintura manual e bordado, a coleção coloca em destaque a iconografia do vestuário do Oeste americano", resumiu a marca.

O músico Pharrell Williams, que surgiu do rap e do hip-hop e é um apaixonado por moda, foi nomeado no ano passado pela maior marca de luxo francesa para dar seguimento à sua abertura a novos setores, iniciada pelo antecessor e amigo de Williams, Virgil Abloh.

Assim como Abloh, Williams é um artista negro, com conexões com o mundo do entretenimento, da música e do desporto nos Estados Unidos. A presença de celebridades tornou-se essencial nos desfiles de grandes marcas como Louis Vuitton, Dior ou Balenciaga.

Com o desfile de hoje, o autor de “Happy” mostrou a sua abertura a um mundo distante da cultura urbana em que cresceu, mas que faz parte do cenário cultural americano dominante em todo o mundo.