A 47ª Edição do Portugal Fashion chegou hoje ao fim, depois de três dias repletos de tendências por parte de criadores e marcas nacionais, que enfrentaram a pandemia que se faz sentir por todo o país.

O dia começou bem cedo e contou com a presença de Marques’Almeida para dar o pontapé de saída ao último dia desta edição. Sob o mote “REM’Ade”a coleção dos designers transforma wast em nova moda, com propostas de designs novos e clássicos, feitos em exclusivo com deadstock e tecidos reciclados.

De volta a Alfândega do Porto, foi a vez de Alexandra Moura apresentar “Substrato”, uma coleção que regressa ao arquivo de desenhos, padrões, tecidos de stock, bem como, manipulação de tecidos. Extraiu-se assim que o caracteriza a marca, o que é a marca, as suas características que foram filtradas e selecionadas com cuidado e de uma forma consciente e descomplicada. O resultado desta reflexão é um padrão clássico e concetual, que também passa a fazer parte do substrato da marca.

Júlio Torcato fez um manifesto na passerelle em formato de sátira político-social, onde uma personagem discursa sobre a manipulação e a falta de análise que fazemos aquilo que ouvimos. Esta é uma chamada de atenção onde o papel principal é o discurso e a roupa por si só assume um conceito mais profundo de inclusão nesta mise-en-scène, reforçando um conceito mais global acerca da própria sociedade.

Inspirada no filme “Até ao último Homem”, a coleção de Hugo Costa é um reflexo da vida de Desmond Doss, soldado e socorrista norte-americano na Segunda Guerra Mundial. Numa linguagem militar poetizada, DOSS, é uma coleção que representa a generosidade, o auto sacrifício e o amor pelo próximo, que são a base da Objeção de Consciência.

A tarde ia a meio, quando Concreto apresentou as suas propostas para a nova temporada primavera/verão, inspirada nos quatro elementos da natureza. A coleção encontra-se dividida pelos conceitos de terra, água, ar e fogo.

O BLOOM CONTEST, Powered by Sonae Fashion, trouxe à passerelle da Alfândega oito candidatos, AHCOR, Kensal, Luis Bisanti, Marcelo Almiscarado, Maria Carlos Batista, Rita lbs e VAA Barros, num desfile projetado e que tem como prémio 4 mil euros, para dois vencedores, para construírem coleções para as próximas estações outono/inverno e primavera/verão. Além disto, vão ainda realizar um estágio de nove meses nas marcas do portefólio da Sonae Fashion (Salsa, Zippy, MO e Losan) e podem ainda apresentar à incubadora da empresa, o Fashion Lab, um projeto de lançamento de uma nova marca.

As asas de um pássaro colorido a cruzar o céu ou a intensidade luxuriante das florestas tropicais, são representações perfeitas de uma harmonia que só encontramos na natureza. Foram exatamente esses os elementos que inspiraram Luís Onofre a criar “Freedom”, a coleção para o próximo verão. Todas as cores são permitidas, como se cada sapato fosse um pequeno arco-íris particular. Amarelo, azul, morango, bege ou caqui unem-se em múltiplos efeitos cromáticos, sempre amplificados pelo dourado.

Coube às marcas de malas e sapatos, ESC, Rufel e Sanjo pisarem a passerelle pouco antes do último desfile da noite. Os calçados e acessórios voltam a ganhar destaque e a mostrar o que Portugal tem de melhor. A coleção de ESC prioriza a sustentabilidade, a ética e o carisma, assim como o Slow Aashion em vez do Fast Fashion. Rufel procurou a inspiração na natureza, com um conjunto de propostas dominadas pelos tons terra, demonstrando um tributo à mulher moderna sem nunca perder a principal característica, a elegância. “Tribe 33/90” foi o mote da coleção da Sanjo, que trouxe um diálogo entre a cultura urbana e as antigas tradições, com uma oferta de cores e texturas conectadas com as novas gerações.

A 47ª Edição do Portugal Fashion chegava ao fim com o desfile tão esperado da dupla Alves/Gonçalves, que apresentaram uma fusão de elementos étnicos com novas tecnologias visando a sustentabilidade, onde o trabalho manual é catalisador das emoções que o tempo nos dita. Um ambiente vertiginos, otimista e experimental para um futuro próximo, eclético e também urbano. Vestuário cujas memórias se somam a novas estéticas, dando força ao streetwear, com formas amplas, silhuetas longas, cujo o feminino se associa ao masculino e não convencionais. Um vestuário de várias interpretações ao utilizador, para uma nova era pós-Covid, que antevê um futuro positivo e enérgico.

“25 Years Protecting Talent” chega assim ao fim, após três dias repletos de tendências na cidade da invicta. Se perdeu algum desfile, não se preocupe, basta clicar aqui para ficar a par de tudo o que se passou nesta 47ª Edição do Portugal Fashion.

Até à próxima!