Aqui estiveram reunidos diferentes oradores e convidados das áreas da moda, da beleza, da medicina e da cultura para debater o Ideal de Beleza feminino em pleno século XXI.

A atriz Fernanda Serrano, em conjunto com a maquilhadora Cristina Gomes, a ex-modelo Yolanda Noivo, o dermatologista Miguel Trincheiras, o realizador Vicente Alves do Ó e a historiadora Dalila Rodrigues, reforçaram que a beleza não é algo fútil, mas sim um reflexo do nosso bem-estar e saúde.

Outra das reflexões centrais deste debate foi a convicção unânime de que, apesar de a história ser rica em ideais de beleza, o século XXI trouxe a diversidade e a liberdade, que romperam com os ideais e padrões até então tão marcantes e característicos das diferentes épocas da história mundial. Existirão, atualmente, diversos ideais de beleza?

“Antigamente conseguíamos identificar na História ideais de beleza muito precisos: se por exemplo na Antiguidade Clássica tínhamos um cânone de beleza, uma beleza quase matemática, assente nas proporções do corpo que tinha de ser perfeito, na Idade Média a beleza assume contornos espirituais, surgindo a imagem da virgem, pura e bela, por oposição a Eva, símbolo de pecado.”, refere Dalila Rodrigues, historiadora. Mas a globalização abriu as portas a múltiplas culturas, tendências, estilos e estéticas, tornando impossível padronizar e circunscrever um único ideal de beleza. “Existem múltiplos ideais, tantos quanto o número de pessoas e a sua capacidade de imaginação e interpretação.”, refere Vicente Alves do Ó, realizador.

Outro ponto unânime entre os oradores foi que a beleza é a reflexão de um bem-estar interior e exterior e que depende intrinsecamente da alimentação e dos cuidados com a pele. “A beleza e a felicidade refletem-se na pele, que deve ser cuidada e preservada como qualquer outro órgão do nosso corpo, permitindo sentirmo-nos bem de manhã até à noite e de dentro para fora”., acrescenta Manuela Correia, Diretora de Marketing da Vichy.

“Por causa da minha profissão tive de cumprir com determinadas regras que agora são naturais e fazem parte da minha rotina: uso protetor solar todo o ano, utilizo sempre bons produtos para a pele, tenho uma alimentação equilibrada, não durmo com maquilhagem, etc. Foram esses cuidados que permitiram que chegasse aos 45 anos, uma idade em que não controlamos o que acontece com o nosso corpo e rosto, a sentir-me bem comigo mesma.”, refere Yolanda Noivo, ex-modelo e empresária.

“Apesar de bastante transversais, os temas que propúnhamos para esta Conferência nunca tinham sido debatidos num só momento de reflexão. O resultado desta parceria com a Vichy foi um sucesso e superou todas as nossas expectativas.”, acrescenta Sofia Lucas, Diretora da Revista Máxima.

Alguns ideais de beleza da História

A mulher primitiva tinha como ideal de beleza as grandes ancas e grandes seios, qualidades vista como essenciais para procriar e para ser uma boa mãe.

No antigo Egito, por exemplo, imperavam os bons hábitos de higiene e cuidados com a aparência, com particular preocupação com a moda, visível no uso de perucas, de maquilhagem e no vestuário. No renascimento há também o renascimento da sedução: os lábios e as unhas das mulheres deveriam ser vermelhos, as sobrancelhas e pestanas pretas, de cabelos loiros e de olhos e pele clara. A sedução começa a afirmar-se com a introdução do decote e também o corpete.

No ideal de beleza do período Barroco a mulher deveria ser exuberante, delicada e ter um ótimo gosto e excentricidade. Este período está também associado aos grandes penteados e aos cabeleireiros femininos.

Na década de 1920 “nasce” uma mulher emancipada que fumava, bebia, dançava e votava. O ideal de beleza era marcado por ter o cabelo cortado bem curto (uma tendência criada pela famosa estilista Coco Chanel) e pelo uso de maquilhagem. Estas mulheres avançadas para sua época ficaram conhecidas por “Flappers”. Em Portugal, o grande exemplo deste estilo foi Beatriz Costa.

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