Até ainda há poucos anos, muitos tratamentos prometiam devolver juventude ao seu rosto sem recorrer ao bisturi. Sculptra acrescenta o facto de oferecer um resultado natural e progressivo, como muitas mulheres (e também homens) atualmente procuram. Os outros vão notá-la rejuvenescida, mas não saberão porquê. A passagem dos anos reflete-se no aparecimento de rugas, sulcos e flacidez. Para além disso, a espessura da derme e do tecido adiposo diminui.
É um processo inevitável, mas cada vez existem mais opções para atrasá-lo, como as substâncias de preenchimento (botox, por exemplo). No entanto, muitas pessoas receiam usá-las, temendo que o resultado seja pouco natural e o rosto perca expressão. Para essas pessoas, o Sculptra pode ser a solução. «Renova a pele e forma novo colagénio de modo gradual», assegura Alexandra Osório, dermatoveneralogista.
Trata-se de um tratamento de renovação celular feito com um material de preenchimento que atua estimulando a criação de novas fibras de colagénio, de forma a dar mais firmeza e elasticidade à pele. O seu princípio ativo são micro-partículas de ácido poli-L-láctico, um polímero sintético biocompatível, biodegradável, da família dos ácidos alfa-hidroxilo, já amplamente utilizados em medicina (em suturas reabsorvíveis, por exemplo) pela sua eficácia e segurança.
«É injetado de forma profunda (na derme) e não requer testes cutâneos antes do procedimento», afirma a especialista, que também tem um mestrado em dermatologia estética. Veja também a galeria de imagens que lhe indica 10 alimentos que saciam a sede da pele, ingredientes a privilegiar antes, durante e depois de qualquer procedimento deste tipo.
Mais do que um mero preenchimento
De acordo com Alexandra Osório, o Sculptra, que continua a ser muito usado em clínicas estéticas de todo o mundo, está aprovado para «corrigir perda de volumes ou depressões cutâneas, sobretudo sulcos, pregas, cicatrizes, olheiras e envelhecimento da pele, bem como lipodistrofias faciais (perda de grandes volumes de lípidos da face), como acontece com a utilização de terapêutica antiretroviral por doentes com VIH/SIDA)».
Segundo a especialista, está especialmente indicado na correção do contorno facial (tornar o rosto mais oval) e melhorar o preenchimento da região perioral para apagar o duplo queixo e as linhas de marionete (linhas do canto da boca até ao queixo). Também pode ser aplicado no pescoço e mãos. O Sculptra é mais do que um mero material de preenchimento, como sublinham os responsáveis de muitas clínicas.
De acordo Alexandra Osório, «ao ser injetado na derme, vai estimular a produção do colagénio natural do organismo para corrigir depressões, sulcos e rugas». Assim, «ajuda a estimular e alisar a pele sem alterar ou reduzir a expressão facial das pacientes», assegura a dermatoveneralogista. A quantidade a injectar e o número de sessões varia de acordo com o paciente, porque aquilo que se procura é um aumento gradual da espessura dérmica.
Veja na página seguinte: As vantagens deste método
Quais as suas vantagens
Entre as substâncias de preenchimento existentes, o que é que Sculptra traz de novo e, sobretudo, vantajoso? De acordo com Alexandra Osório, este injetável apresenta três vantagens:
- Durabilidade
Uma vez concluído o tratamento, os resultados podem manter-se durante cerca de dois a três anos. «O ácido poli-L-láctico não é tóxico mesmo quanto presente em grandes quantidades no corpo», assegura Alexandra Osório.
- Duplo efeito
«Para além de atuar como um material de preenchimento, que corrige de imediato as imperfeições, também produz efeitos de correcção a longo prazo, por estimular a produção de colagénio natural da pele», refere a especialista.
- Segurança
«Alguns efeitos são visíveis logo depois do primeiro tratamento, embora isso se deva à agua com que Sculptra é misturado. Nos dias a seguir, há uma reabsorção da água e as micro-partículas de ácido poli-L-láctico estimulam a produção de colagénio. Os efeitos do tratamento são evidentes após quatro a seis semanas e podem manter-se cerca de dois a três anos».
O tratamento passo a passo:
1. Primeiro, o médico «avalia depressões, concavidades e rugas, bem como as suas relações com a mímima da face, porque o objetivo é proporcionar uma melhoria volumétrica e restaurar volumes», explica Alexandra Osório.
2. Depois, o produto é injetado na derme profunda em pequenas quantidades, através de uma agulha muito fina. O incómodo é mínimo mas, se necessário, é aplicado anestésico.
3. As zonas a tratar podem ser rosto, pescoço e mãos. No rosto, as zonas preferenciais são a glabela (zona entre sobrancelhas), as maçãs do rosto, as rugas nasolabiais, o queixo e a perda de espessura na mandíbula.
4. No final do procedimento, a zona tratada é massajada vigorosamente durante cinco minutos, para distribuir bem o produto. E aplica-se gelo durante 10 minutos.
5. Nos cinco dias após a aplicação do produto, o paciente deve repetir a massagem durante cinco minutos, quatro a seis vezes ao dia. E evitar a exposição ao sol durante duas semanas.
6. Podem surgir temporariamente pequenos hematomas, eritema ou edema, que desaparecem em dois ou três dias.
Quanto custa
O preço deste tratamento custa, em média, entre 300 € a 400 € por sessão, dependendo da quantidade necessária para a correção. Em média, fazem-se três aplicações espaçadas de 21 a 30 dias.
Texto: Fernanda Soares
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