Se é verdade que atravessamos uma fase complicada, com alterações na forma como trabalhamos, como gerimos o nosso tempo (cada vez mais passado em casa), é também verdade que desfrutamos de maior privacidade, maior recolhimento, o que propicia a realização de alguns procedimentos de rosto e corpo, que a rotina de outrora não iria permitir.
Os tratamentos de rosto ganharam uma nova proporção. O olhar está em evidencia e a máscara permite cobrir outras regiões que conseguem agora ser trabalhadas, com calma, porque o inchaço e as pequenas nódoas negras que possam surgir não serão visíveis.
Os olhos espelham as nossas emoções e conseguem falar por nós mesmo quando o sorriso está escondido pela máscara. As rugas que entristecem um olhar e marcam a testa são um dos principais incómodos desta altura. Relaxar os músculos sem que a expressão se apague na totalidade é um sucesso, pois o perdemos o ar abatido e tristonho.
O excesso de pele das pálpebras, quando existe, fica em evidência. Esta é uma boa fase para a resolução desse problema.
Através da blefaroplastia, o excesso de pele é removido e a recuperação não é prolongada, o que significa, que, ao fim de uma semana, já é possível usar maquilhagem e aparecer de novo no ecrã do teletrabalho com um olhar rejuvenescido!
Os sulcos que rodeiam a boca e o malfadado “bigode chinês” podem ser corrigidos com a aplicação de ácido hialurónico, sem que ninguém note o pequeno “inchaço” habitual dos primeiros dois dias ou alguma nódoa negra que surja. Quando, finalmente, nos livrarmos das máscaras, já teremos o rosto bem mais harmonioso.
Esta é uma boa altura para renovar as camadas superficiais envelhecidas da pele. Estamos no inverno e, por isso, uma altura propicia para a estimulação da pele com o microagulhamento e o peeling químico.
O sol é escasso, ainda assim, não podemos descurar os cuidados protetores da radiação UV. Os protetores solares mais atuais já nos protegem também contra a luz azul dos ecrãs dos computadores.
Muitas pessoas, sobretudo mulheres, têm aproveitado este período de quarentena ou teletrabalho interminável para cuidarem um pouco de si. Aquela intervenção ao peito que tinha ficado adiada depois da maternidade tem agora a sua oportunidade.
Como estamos por casa, no conforto do lar, a recuperação está facilitada e não implica abstinência laboral, na grande maioria dos casos.
As cirurgias mais procuradas nesta altura não diferem muito dos padrões habituais: cirurgia mamária, seja aumento ou redução, contorno corporal com transferência de gordura para outras áreas que mais precisam como a região glútea, a mama ou até a face e a abdominoplastia, para reforçar a parede muscular e eliminar de vez aquele excesso de pele que nunca desapareceu com o ginásio.
Normalmente, um pós-operatório de cirurgia plástica obriga à utilização de cinta e/ou sutiã compressivo. Além da sensação pouco agradável de compressão constante, nem sempre é fácil conciliar o vestuário com estas peças interiores. Ora, nesta fase, essas questões não se colocam, pois não saímos de casa, e estamos com a nossa roupa mais “confi” a recuperar, sem olhar a estilos ou a modas.
Um artigo da médica Ana Silva Guerra, especialista em Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética.
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