Continua a fazer parte do grupo de mulheres que ainda não aderiu à depilação definitiva e a ter de se submeter a rituais de depilação? Confesse, a parte mais aborrecida é que não se consegue livrar dos pelos encravados, não é? 

A pensar em si (e em todas nós), pedimos ao dermatologista David Serra que traçasse um plano para acabar de vez com este incómodo e chegar ao verão com pernas de diva.

Não custa nada, acredite. Basta seguir os conselhos e as recomendações deste especialista para exibir uns membros inferiores deslumbrantes em qualquer altura.

As causas dos pelos encravados

Quando o pelo é arrancado pela raiz, como acontece com a depilação com cera, o folículo é forçado a gerar um novo pelo, mais delicado e, por isso, mais propenso a encravar. Qualquer anomalia no folículo, nas camadas de pele envolvente (derme ou epiderme) pode determinar uma obstrução à saída do pelo para a superfície. 

A pele seca é uma das causas mais frequentes associadas a este problema. Isto porque o novo pelo, ainda em formação, é mais fino e menos rígido do que o removido anteriormente, pelo que quando encontra uma epiderme com níveis baixos de hidratação não consegue atravessá-la e curva-se, continuando a crescer dentro da pele.

Antes da depilação

Manter a pele limpa e saudável é determinante na prevenção de inflamações no folículo. Estes são os gestos que deve reproduzir para o conseguir:

Faça duas esfoliações semanais, ou dois ou três dias antes da depilação, de forma a manter a camada córnea mais fina e regular, favorecendo a desobstrução dos folículos e permitindo o rompimento saudável do pelo.

- Pode usar um esfoliante físico, em gel ou loção, com pequenos grãos abrasivos que vão exercer um efeito de polimento durante a aplicação; ou um químico, com moléculas ácidas que vão dissolver as ligações entre as células da camada córnea, favorecendo a sua libertação.

Durante a depilação

Os intervalos entre sessões dependem da zona do corpo e do ritmo de crescimento do próprio pelo. Não tenha pressa.Se tem por hábito recorrer ao método da cera, deve deixar os pelos crescerem alguns milímetros antes de repetir o processo. estará a contibuir para que a depilação seja mais eficaz e a prevenir o aparecimento de pelos encravados.

Após a depilação

Uma boa opção é alternar entre a técnica da cera e a depilação com lâmina. Esta proporciona um efeito esfoliante já que, ao cortar o pelo, deixa-o com uma extremidade mais rija, menos suscetível de encravar ou ficar retida na epiderme.Se após a depilação ficar com alguns pelos que, por estarem demasiado curtos, não foram agarrados pela cera, remova-os com a ajuda de uma pinça.

Entre depilações

Manter a pele bem hidratada com cremes para o efeito (respeitando sempre o seu tipo de pele) ajuda a evitar a obstrução dos poros. Estes são os gestos preventivos a adotar para o conseguir:

Se tem a pele seca, ingredientes como a ureia, o lactato de amónio ou o ácido salicílico podem ajudar a manter a camada córnea mais fina, minimizando a obstrução dos folículos pilosos e favorecendo a saída do pelo.

Aplique o creme hidratante diariamente, de preferência após o banho, para garantir a sua eficácia.

Em caso de foliculite, evite a aplicação nos dois ou três dias após a depilação. A sua pele está mais sensível e irritada e pode reagir negativamente ao hidratante.

3 situações em que deve ir ao médico:

1. Se o problema persistir duas semanas depois de ter seguido todas estas orientações.

2. Se houver lesões moderadas ou severas na área do pelo encravado, acompanhadas de dor ou desconforto.

3. Se tem tendência para a inflamação dos folículos pilosos e se as lesões deixam marca ou cicatriz

Tecnologia lazer pode ser solução

É uma fonte de energia seletiva que permite destruir a raiz do pelo, comprometendo a sua capacidade de regeneração, sem lesar a pele.É a solução mais cómoda e eficaz, mas exige várias sessões e deve ser realizada antes do verão (a pele não deve estar bronzeada durante o tratamento). Existem diferentes equipamentos de laser que não devem ser confundidos com os aparelhos de luz pulsada, considerados menos eficazes pelos seus resultados transitórios.

Texto: Nelma Viana com David Serra (dermatologista)