Continua a ser uma das cirurgias mais requisitadas, sobretudo por mulheres insatisfeitas com o seu tamanho natural. No entanto, quando as mulheres decidem submeter-se a um aumento mamário, devem ter expetativas reais e bem definidas.

Se pretende ter o peito com que sempre sonhou, informe-se, escolha um cirurgia plástico devidamente certificado e avance sem medo.

A mamoplastia tem como objetivos «aumentar mamas pequenas ou
mamas que sofreram atrofias ou diminuição após a gravidez, corrigir mamas
assimétricas ou reconstruir mamas que sofreram mastectomia em consequência
de tumores, o que é muito frequente», defende António Conde, cirurgião plástico. Todas as mulheres saudáveis, sem limitação precisa de idade, podem submeterse
a esta cirurgia.

«Devidamente contextualizado, poder-se-á indicar o procedimento
a uma rapariga de 15 a 16 anos com a devida autorização dos pais ou a
uma mulher de 60 ou mais anos», adianta António Conde. De uma forma simples, com riscos mínimos, e um período de recuperação pequeno,
«a mulher resolve um problema que pode ser bastante incómodo», acrescenta
o cirurgião plástico.

A escolha do cirurgião

É fundamental que a mulher esteja
completamente segura em relação à
intervenção a que se vai submeter. Para
isso, é também crucial saber quem a
vai operar e onde decorrerá a cirurgia. António Conde alerta para o facto de, hoje
em dia, existir muita publicidade que pode
induzir escolhas erradas. «Todos temos
conhecimento de clínicas onde são operadas
doentes por médicos não especialistas em
cirurgia plástica e que existem clínicas não
devidamente certificadas para procedimentos
cirúrgicos», refere.

O cirurgião plástico aconselha as suas
doentes a não escolherem determinado
especialista ou clínica tendo como fator
prioritário o preço. «Esse deve ser o último
critério de escolha. Sou de opinião que
as doentes estarão bem mais seguras
sendo operadas por um especialista num
hospital onde haja assistência médica e de
enfermagem 24 horas por dia, unidade de
cuidados intensivos e os restantes critérios
que atualmente certificam os hospitais
idóneos. É mais caro, sem dúvida, mas a
diferença de preços terá de ter uma razão»,
reforça.


As pacientes operadas pelo cirurgião plástico
António Conde passam por duas consultas
essenciais para que todo o procedimento seja
explicado com calma. São também solicitados
nestes momentos exames de rotina
pré-operatórios. A informação obtida por estas vias é fundamental e pode mesmo condicionar o trabalho do especialista, que tem o dever de analisar pormenorizadamente todos os elementos conseguidos por este meio.


Veja na página seguinte: As mulheres a quem esta operação não é aconselhada

Quem não pode ser operada?

Todas as mulheres que sofram de doenças
psíquicas graves ou de determinadas
patologias orgânicas, têm contraindicação
para procedimentos cirúrgicos dispensáveis.


Entre estas doenças incluem-se, por
exemplo, estados infeciosos, diabetes
descompensada, doenças metabólicas
graves, insuficiências renais e insuficiências cardíacas.

António Conde alerta também
para o facto de constituir igualmente
uma contraindicação «doentes com
expectativas inadequadas».

Entre esses incluem-se pessoas que «não aceitam a
existência de qualquer cicatriz ou o
risco de complicações bem como,
ambicionarem resultados impossíveis
ou altamente improváveis de obter»,
exemplifica António Conde.

Cuidados pré-operatórios

Antes da cirurgia recomenda-se
que a paciente deixe de fumar e de
tomar aspirina ou fármacos que
contenham ácido acetilsalicílico, já
que esta substância afeta o tempo
de sangramento e a coagulação. É
também recomendada a interrupção
da toma medicamentos para
emagrecer e o consumo de bebidas
alcoólicas, no período de 10 dias antes da cirurgia.


Qualquer alteração no estado físico
(gripes ou indisposições) deve ser
comunicada de imediato ao médico.
Na véspera da intervenção, a paciente
deve optar por refeições leves e fazer
jejum absoluto a partir da meia-noite do dia da cirurgia. «é ainda
recomendável que a doente tenha os
seus cuidados de higiene habituais,
mas intensificados, nas vésperas do
procedimento», indica António Conde.

A intervenção passo a passo

A mamoplastia consiste na introdução
de próteses de silicone, geralmente
bem toleradas pelo organismo. De acordo com a indicação e
expectativa da paciente, escolhem-se
os diversos tamanhos e formatos
existentes no mercado com o devido
aconselhamento do cirurgião plástico.


A incisão a usar é definida e
combinada com a doente. «Na minha
prática uso 90 das vezes a abordagem
axilar porque entendo que a mama
deverá ficar imaculada», salienta
António Conde. A incisão tem, em média, quatro cm
de extensão e é colocada numa ruga
axilar.

«Por aí aborda-se o espaço
retroglandular e coloca-se o implante.
na maioria das vezes evito o espaço
retromuscular por entender que a
cirurgia é mais agressiva e por temer
o mau posicionamento da prótese que
insidiosamente poderá vir a ocorrer»,
explica António Conde. Encerram-se as incisões com suturas
internas não sendo por isso necessário
remover pontos posteriormente. são
colocados drenos por um período de
dois dias.


Veja na página seguinte: Quanto tempo demora a cirurgia

A doente tem alta ao final do dia
quando operada de manhã ou no dia
seguinte se a cirurgia ocorrer no
período da tarde. O tempo médio da cirurgia é de
30 minutos a uma hora (no caso da
mamoplastia de aumento).

«As duas cicatrizes na aréola ou no
sulco inframamário que existem quando
se aborda diretamente a mama podem
ser denunciadoras do procedimento,
por um lado, e podem eventualmente
ser mais agressivas no que diz
respeito à normal arquitetura do tecido
mamário e até à sua funcionalidade,
particularmente na abordagem areolar»
esclarece o cirurgião plástico.

Cuidados pós-operatórios

Existem algumas precauções
que as doentes devem
ter após a cirurgia para
diminuir o risco de complicações
e para que os resultados
sejam os esperados:

A paciente poderá retomar a sua
atividade profissional (quando não são
exigidos grandes esforços físicos) três
dias depois. «Durante um mês aconselha-se
sempre tratamentos de massagem
e a aplicação de cremes apropriados.
prescrevo também o uso de um soutien
específico por um período de dois
meses», adianta António Conde.


É pouco comum haver dor intensa no
pós-operatório. «No caso de queixas,
estas podem ser controladas com analgésicos», assegura o cirurgião plástico. Durante uma semana, a paciente
deve, no entanto, evitar levantar ou abrir os braços e
dormir de bruços. Os edemas e equimoses são comuns
mas vão desaparecendo com o passar
do tempo.


Ao longo de seis meses, e em média,
a paciente deverá ir a duas consultas. «O resultado, em termos de aumento,
é logo percetível no pós-operatório imediato.
segue-se um período variável de
duas a três semanas de reabsorção de
edemas e/ou equimoses ligeiras e diminuição
da tensão cutânea, pelo que,
quando passaram 30 dias, podemos
começar a ver um resultado estável», refere o especialista

Riscos e complicações

Hoje em dia, com os avanços técnicos e científicos, as complicações e os riscos são mínimos
mas pode ocorrer, por exemplo, a perda de sensibilidade temporária ou a hipersensibilidade
do mamilo. «Em alguns casos pode haver um encapsulamento (retração da cápsula fibrosa
que envolve a prótese) em consequência da cicatrização interior excessiva.

Essa complicação
provoca o endurecimento da mama que resulta em desconforto para a paciente. Para prevenir
essa situação são recomendadas massagens orientadas pelo médico ou procedimentos
médicos e cirúrgicos», refere António Conde. A ocorrência de complicações é rara, desde
que a paciente siga a medicação e as orientações recomendadas pelo médico.

Texto: Cláudia Pinto