Minimização de cicatrizes, escassos riscos e uma pronta recuperação. Estas são as vantagens que caracterizam esta técnica destinada a melhorar o contorno abdominal, o sonho de muitas mulheres, muitas vezes afetado por partos, contínuas variações de peso, operações na zona do abdómen, algumas complicações cutâneas e, inclusivamente queimaduras, podem provocar um ventre volumoso, excesso de tecido gordo e, em muitas ocasiões, inestéticas estrias.
Seja por que motivo for, se não gosta da imagem da sua barriga que vê reflectida ao espelho, pode recorrer a uma técnica cirúrgica alternativa à abdominoplastia tradicional, chamada mini-abdominoplastia. Até ao momento, muitas mulheres resistiram a passar pela sala de operações para se submeterem a uma abdominoplastia convencional por temor das cicatrizes da intervenção ou o pavor de uma grande convalescença. Ambos os receios são superados com este novo e simples método.
Para entender melhor os benefícios desta intervenção, João Baptista Fernandes, cirurgião plástico e diretor clínico da Clínica de Todos-os-Santos, em Lisboa, explicou o processo à Ultimate Beauty. «A abdominoplastia clássica ou tradicional é feita com uma incisão grande na zona púbica, de um lado ao outro das espinhas ilíacas, acompanhando a anatomia da bacia. É removido o excesso de gordura e de pele e o umbigo é reposicionado no sítio onde estava», diz.
Em contrapartida, na mini-abdominoplastia, não se faz a transposição do umbigo. «É aplicada em casos mais ligeiros, onde existe menos gordura e basta o descolamento da pele até ao umbigo. A incisão é mais pequenina», reforça o cirurgião plástico. Os resultados são visíveis cerca de 15 dias após a intervenção, tornando-se percetível a remodelação do contorno abdominal.
«É conveniente massajar a cicatriz, fazer drenagem linfática na zona e, ao fim de um mês, os resultados são ainda mais visíveis», salienta João Baptista Fernandes. Para todas aquelas pessoas que temem passar pela sala de operações, há que sublinhar que a mini-abdominoplastia se realiza em modo ambulatório, com anestesia geral ou local com sedação, mas sem necessidade de internamento.
Nesta técnica, tenta-se minimizar o tamanho da cicatriz e da incisão. «Os riscos são praticamente nulos», refere João Baptista Fernandes. As deformidades abdominais classificam-se em três tipos:
- Tipo I
Caracteriza-se pela presença de pequenas e moderadas acumulações de gordura, sem excesso de pele e sem relaxamento muscular. As pessoas que apresentam estas características são candidatas à lipoaspiração.
- Tipo II
Além de pequenas e moderadas acumulações de gordura, apresenta um relaxamento da musculatura mas sem excesso de pele. São candidatas ideais para a abdominoplastia endoscópica a qual pode ser associada à lipoaspiração.
- Tipo III
Esta deformidade abdominal apresenta acumulações de gordura, excesso de pele e relaxamento muscular. O tratamento é a abdominoplastia clássica ou a mini-abdominoplastia consoante o volume de pele e tecido adiposo que se encontra em excesso e se pretende remover. É efetuada quase sempre a reparação simultânea da parede muscular.
Veja na página seguinte: As candidatas ideais a este tipo de cirurgia
As candidatas ideais a este tipo de cirurgia
A candidata ideal à mini-abdominoplastia é aquela paciente de meia-idade, com alguma gordura localizada no terço inferior do abdómen (região infra-umbilical), sem uma abundância desproporcionada da pele e cuja deformidade abdominal se deve, fundamentalmente, a um relaxamento da parede muscular do ventre. A situação típica daquelas mulheres que já tenham tido filhos e que, em consequência das gravidezes, viram a sua musculatura do abdómen dar lugar a uma tripla barriga.
Não são candidatas para a mini-abdominoplastia:
- Pessoas com excesso de pele acentuado e com pouca elasticidade cutânea
- Quem apresenta grandes acumulações de gordura na zona do abdómen
- Como em qualquer cirurgia, «pessoas que padeçam de patologia associada, como doenças cardiovasculares, diabetes, asma, grandes fumadores ou doentes submetidos a tratamentos com corticoides apresentam riscos acrescidos e devem ser cuidadosamente avaliados caso a caso», diz-nos João Baptista Fernandes.
Os resultados mantêm-se?
A menos que haja uma nova gravidez, em que o peso da paciente volta a sofrer oscilações importantes, o ventre pode continuar plano durante muitos anos e a efetividade desta técnica é altíssima. «Os resultados são bons e efectivos, não sendo necessário recorrer a uma segunda intervenção», indica o cirurgião plástico.
Em que consiste?
A mini-abdominoplastia pode ser considerada uma variante da abdominoplastia tradicional mas limitada ao terço inferior do abdómen. Primeiro, há que realizar uma consulta antes da intervenção, visualizando as deformações e efectuando o plano cirúrgico com o paciente de pé.
Começa-se por marcar as áreas onde se localizam as gorduras acumuladas que se pretendem eliminar, através da associação com a lipoaspiração. O cirurgião realizará esta mini-cirurgia através de uma pequena incisão colocada na região púbica, semelhante à da abdominoplastia tradicional mas que não necessita de ser tão extensa.
Seguidamente, é efetuado o descolamento da pele e do tecido adiposo até ao umbigo, que vai permitir, por estiramento, a remoção do excesso de pele e da gordura dessa área. Simultaneamente, é efetuada a reparação da parede muscular, cuja tonicidade se encontra muitas vezes diminuída. A combinação com a lipoaspiração ajuda a eliminar zonas com gordura localizada e a redefinir a silhueta abdominal.
Veja na página seguinte: As vantagens deste procedimento estético
As vantagens deste procedimento estético
As principais são:
- Possibilidade de efetuar a cirurgia com anestesia local com sedação ou anestesia geral sem necessidade de internamento
- Redução dos riscos e das complicações pós-operatórias
- Recuperação mais rápida no pós-operatório com regresso à atividade laboral após uma semana
- Cicatriz reduzida e facilmente ocultada
- Nas primeiras 24 horas, aprecia-se uma notável melhoria do contorno abdominal. No entanto, deve sempre indicar-se aos pacientes que o resultado definitivo não se alcançará antes dos seis meses, altura em que se reestruturam definitivamente os tecidos
Antes e depois da intervenção
Como em qualquer intervenção, por mais simples que seja, é aconselhável deixar de fumar uma semana antes. De igual modo, a aspirina e os anti-inflamatórios, se forem vasodilatadores, podem provocar aumento do risco de hemorragia. Se estiver em tratamento com estes fármacos, deverá parar de tomá-los uma semana antes da cirurgia, por uma questão de precaução. O cirurgião realizará um estudo pré-operatório completo que inclui uma consulta pré-anestésica.
A duração da intervenção oscila entre três quartos de hora e uma hora. A paciente pode ir dormir a sua casa nessa mesma noite. Apesar da relativa simplicidade da intervenção, há que ter algumas precauções no dia seguinte. Deve levantar-se da cama ainda que por pequenos períodos, no dia a seguir à intervenção. Deve realizar pequenas caminhadas em casa para promover a circulação.
É preciso evitar esforços excessivos, dobrar-se desnecessariamente, levantar pesos... Todos estes atos rotineiros podem causar inchaço na zona ou um leve sangramento. Há que evitar uma alimentação flatulenta para não distender o intestino, o que provocaria alguns incómodos. Há também que controlar constipações pelo mesmo motivo. Conforme explica João Baptista Fernandes, «qualquer patologia que provoque tosse, pode pressionar a zona e causar dor».
Os cuidados a ter na primeira semana
Na primeira semana, é aconselhável dormir virada para cima e com uma almofada por baixo dos joelhos. Durante o primeiro mês, não é conveniente realizar exercícios bruscos e intensos que possam colocar em perigo a micro-intervenção que provoca tensão nos músculos.
É ainda importante que o paciente tenha consultas posteriores com o cirurgião, antes de começar a realizar exercício físico ou atividades extenuantes. É também aconselhável realizar sessões de drenagem linfática pós-operatória que ajudarão a reduzir o edema e a evitar irregularidades do contorno.
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A outra opção a que pode recorrer
Para além da mini-abdominoplastia, existe ainda outra alternativa à abdominoplastia clássica. Trata-se da abdominoplastia endoscópica, também conhecida como cirurgia estética de abdómen sem cicatrizes, que, conforme o nome indica, assenta no conceito de endoscopia. «Fazem-se vários furinhos pequeninos para passar o endoscópio, na zona do umbigo», explica o cirurgião plástico João Baptista Fernandes.
Apesar de ser um procedimento pouco invasivo que provoca escassos efeitos secundários (como as temidas cicatrizes, inflamações ou contusões, que requerem um tempo de recuperação mais curto que qualquer outro método cirúrgico estético do abdómen), tem um espectro reduzido de aplicações.
«Esta técnica é usada praticamente apenas para reforçar a parede muscular. Não permite remover pele nem gordura em excesso, daí que seja uma técnica muito limitada e que não pode ser aplicada em todas as pessoas. Em Portugal, não é, por isso muito utilizada», refere João Baptista Fernandes. O especialista verificará o seu caso específico e recomendará o método de abdominoplastia que considere mais indicado e que confira os melhores resultados.
Texto: Cláudia Pinto
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