Qualquer que seja a sua idade, todas podem encontrar o produto que lhes corresponda melhor e que poderá valorizá-las: activa, desportista, maternal, sedutora... A mulher de hoje reivindica o direito de estar presente em todas as frentes e de ser bela em todas as ocasiões.
A tez é uma realidade de que todos nos apercebemos, mas que se torna difícil de descrever, por falta de dados quantificáveis de apreciação. Etimologicamente, a expressão deriva o latim tinctus, que significa "colorido com tinta". Mas a tez do rosto envia-nos para um conceito muito mais lato que o da cor, pois engloba o aspecto geral da pele.
É por aí que começa a beleza do rosto. Pois se é certo que as regras clássicas da estética variam conforme as culturas, a tez encerra um ideal universal. É um factor de atracção inegável, que representa uma mensagem, um sinal que se transmite pelo nosso inconsciente. É a percepção que fazemos da tez que conta e que resulta de três factores:
- A luminosidade que faz realçar a percepção das cores
- O observador, seja o olho humano, a objectiva de uma máquina fotográfica ou de uma câmara de filmar
- A pele, que recebe a luz e a devolve revelando o seu aspecto, a sua cor, a sua textura e reflecte o estado geral do indivíduo (disposição, saúde, bem-estar...)
Escolher a base correcta
Por momentos, esqueçamos as ideias adquiridas: uma base não deve ser mais clara que a cor da pele, antes pelo contrário, deve ser-lhe o mais fiel possível. Para escolher o tom adaptado a cada caso, o teste não deve ser feito no interior do punho, mas sim no rosto.
O conselho dos especilistas dizem que: deve-se experimentar a base na zona do queixo (desmaquilhado) e escolher o tom mais próximo da cor natural da pele. Para testar uma base líquida é necessário aguardar alguns minutos após a sua aplicação: é depois de seca que a base adquire a sua verdadeira tonalidade.
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A escolha de uma base líquida ou compacta é uma questão de afinidade e também de oportunidade: algumas mulheres são fãs incondicionais de um gesto único e preciso, outras privilegiam uma ou outra, em função das estações do ano, outras ainda, aplicam ambas alternadamente, para variar os prazeres e as sensações.
Saber ser bela
Graças ao progresso da cosmética, a aplicação de uma base, líquida ou compacta, tornou-se num gesto prático e rápido. Restam, contudo, algumas regras simples a respeitar, bem como alguns conselhos úteis, a saber:
- A aplicação deve ser homogénea e uniforme: não esquecendo os lóbulos das orelhas, as asas do nariz, as pálpebras e o pescoço
- Para as bases líquidas: colocar um pouco do produto na palma da mão e "aquecê-lo" com as pontas dos dedos antes de o repartir através de pequenos toques pelo rosto; tornando a sua aplicação mais fácil. Deixar secar durante dois ou três minutos antes de aplicar algum pó
- Atenção à luz da casa-de-banho: raramente se reproduz no escritório e muito menos é equivalente à luz do dia. Duas soluções: nunca esquecer essas diferenças, tendo a mão leve ou ajustando a luz o mais possível à realidade. Em todo o caso, evitar sempre os focos de luz de tecto, pois essa incidência de luz impede a realização de uma maquilhagem em boas condições
- Jogar com os correctores, que permitem criar imensas variações com uma base: atenuar as olheiras, valorizar partes do rosto e ajudar a reforçar algumas rectificações subtis
- Os pigmentos ópticos introduzidos por algumas marcas, nas suas gamas, actuam como um toque de magia sobre um rosto, com um efeito de auréola para os correctores de brilho e um reflexo luminoso para os correctores de cor.
Dois produtos indispensáveis:
- Os correctores de rosto sob a forma de batom são muito práticos
- Os cremes com texturas gel-creme, podem ser utilizados só ou antes da base, para realçar o seu brilho, afinar a tonalidade e reforçar o seu poder uniformizador
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Saber desmaquilhar-se
A beleza deve também ser considerada uma questão de higiene e a desmaquilhagem constitui uma etapa absolutamente indispensável. Ela permite limpar a pele de impurezas acumuladas ao longo do dia e devolve uma agradável sensação de frescura antes de dormir.
Mais ainda, prepara as camadas superiores da epiderme para um melhor aproveitamento dos produtos de beleza que vão actuar durante as horas de sono. O modo como limpamos a pele, é próprio de cada um de nós: a variada gama dos produtos das várias marcas, permite escolher entre os vários tipos de desmaquilhantes.
Leites, loções, gel ou cremes a emulsionar com água, os desmaquilhantes nas suas mais variadas apresentações são tão suaves como eficazes, mas para que isso aconteça torna-se necessário respeitar os seus conselhos de aplicação de modo a obter um resultado impecável.
Por exemplo, não devemos deixar de nos desmaquilhar enquanto o algodão não ficar rigorosamente limpo, dando então lugar à aplicação de um creme. Esta exigência aplica-se igualmente aos acessórios: esponjas, aplicadores e escovas devem ser limpos regularmente em água morna com sabão, passados por água e secos. Com isto, prolongamos o seu tempo de vida e reforçamos a sua eficiência, bem como a eficácia da sua utilização.
Breve história sobre o teint
Da antiga pasta de unificação do rosto, feita à base de excrementos de lagarto, aos espessos "cakes" dos anos 1940, os rostos femininos, já viram de tudo. Mas, em todas as épocas, a beleza feminina passa sempre pela valorização do rosto.
Ser bela é, antes de mais, tomar conhecimento da sua própria pele, procurar melhorar a sua aparência com ajuda de produtos cosméticos, com composições e aplicações diferentes, consoante as culturas. Não se trata somente de mostrar uma imagem de si própria mais sedutora.
A maquilhagem é, desde há muito tempo, um sinal exterior de reconhecimento social. Desde o período em que o gesto de pintar o rosto ultrapassou o círculo dos comediantes e das cortesãs e até ao século passado, esta tem sido maioritariamente reservada às classes abastadas.
Mas com o século XX e a evolução das condições femininas nasce uma nova página na história da maquilhagem feminina. No século XII, o desenvolvimento das trocas com o Oriente facilitou os progressos na arte da maquilhagem. É aliás nessa época que surge a expressão "pintura de rosto", cuja utilização era moralmente desaprovada pela igreja.
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O ideal de pele clara tornou-se a norma estética dominante na Europa. No reinado de Luís XIV, o uso da tinta disseminou-se tanto pelas mulheres como pelos homens da Corte. Para ostentar uma pele o mais branca possível, os súbditos do rei recorriam a produtos de origem mineral, compostos por enxofre e cinábrio, com efeitos colaterais tóxicos, por vezes mortais.
O século XVIII foi o do apogeu dos artifícios. Um "alfabeto do rosto" colocou sabiamente em cena a palidez e a ruborização. Quanto às tintas brancas minerais, continuavam na destruição da saúde de quem as usava. Um pouco antes da Revolução deu-se uma reviravolta.
Colocadas em 1779 sob a batuta da Real Sociedade de Medicina, pelos poderes públicos, as bases para o rosto começam a rarear. Mais que o abandono da tinta, o século XIX preconizou uma maquilhagem menos artificial.
Em Paris, a beleza torna-se lânguida: um rosto sedutor devia ser pálido e abatido. Mas os burgueses não se reconheciam nesse modelo e utilizavam, em segredo, pó-de-arroz para matificar a sua pele.
Algumas notas históricas:
Egipto (III milénio a.C.)
Foram encontrados imensos produtos de beleza nas sepulturas egípcias. Entre eles, potes de tinta para o rosto, cuja utilização não se limitava aos ritos mortuários. Com efeito, as mulheres da alta sociedade egípcia podiam recorrer a diversas pastas e pós para colorir a face – uma forma de estarem de acordo com os critérios estéticos da época, mas também de prevenir o risco de envelhecimento, induzido por um clima particularmente quente e batido pelo sol.
Grécia (século XII-VIII a.C.)
A civilização grega deixou traços de uma distinção fundamental operada na história da maquilhagem: a diferença entre a cosmética que relevava, na época, exclusivamente da higiene e dos cuidados medicinais, que recuperou o embelezamento ligado à maquilhagem, então considerado ilusório e de interesse menor.
Se os gregos se pintavam pouco, o giz, o gesso ou a cerusa, muito tóxicos, eram nesse tempo utilizados como bases de uma tinta clara sobre a qual era aplicado um esbatimento de tintas vermelhas, fabricado, por exemplo, à base de amoras esmagadas.
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Roma (século V-I a.C.)
Como os gregos, os romanos utilizavam o giz ou a cerusa afim de aclarar a sua tez natural. A utilização de produtos de maquilhagem era um sinal de riqueza e a sua aplicação deveria ser efectuada na intimidade: num célebre tratado de beleza, Ovideo aconselha as mulheres a pintarem-se exclusivamente no recesso do seu quarto.
Século XX
O século XX foi marcado pela democratização do uso de maquilhagem. Nos anos 20, a supremacia milenar da tez de porcelana cedeu o lugar ao advento do bronzeado. Influenciadas pela moda, as mulheres do pós-guerra emanciparam-se dos arquétipos de beleza e deixaram de se esconder atrás das sombrinhas.
Chamaram a si as alegrias da bicicleta e dos desportos ao ar-livre... a maquilhagem estava na moda e a indústria da cosmética ganhou amplitude. Nos anos 40 são criadas as primeiras "pan-cakes", do outro lado do oceano. Muito espessas e coloridas, estas antecessoras das bases modernas são ainda utilizadas para modelar nos écrans os rostos das estrelas de cinema de Hollywood.
Este modelo de beleza criou inúmeros concorrentes: os "cakes" tiveram sucesso nos Estados Unidos e na Europa até aos anos 60, apesar das suas dificuldades de utilização, da espessura e das cores violentamente marcadas.
Cada vez mais usada pelas mulheres, a base ganhou igualmente em desempenho a partir dos anos 60: novas fórmulas fizeram progressivamente a sua aparição, tal como as emulsões fluidas e os cremes com cor dos anos 70...
Pouco a pouco, as mulheres libertaram-se dos cânones de beleza em vigor e personalizaram as suas próprias maquilhagens. Outrora espessa e sofisticada, a base para rosto tornou-se um produto leve e de fácil aplicação, embalado de uma forma prática para se poder transportar nas carteiras e estar à mão para os retoques ao longo do dia.
Texto: "Le Teint de Chanel: Un Regard Différent sur la femme"
Fotografia: Chanel
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