O seu uso estende-se desde a área alimentar até à farmacêutica e cosmética, sendo estas ervas utilizadas, quer no fabrico de infusões e conservação de alimentos, quer em medicamentos ou produtos de estética.

Não se sabe quem utilizou as plantas pela primeira vez. Descobriu-se nos primeiros tempos da história que algumas plantas tinham propriedades curativas e de embelezamento, sendo algumas boas para comer.

Este foi o primeiro passo de um largo processo de experimentação e erro, através do qual o homem primitivo de diferentes povos adquiriu lentamente uma série de conhecimentos sobre as plantas.

Indubitavelmente, a este processo gradual juntou-se a experiência transmitida de geração em geração e também uma certa dose de intuição.Os portugueses, por exemplo, deram um grande contributo para a utilização das plantas, pela variedade e abundância de informação que divulgaram, e que conseguiam através das suas viagens na altura dos descobrimentos.

Hoje em dia, equipas ligadas à grande indústria farmacêutica e constituídas por botânicos e farmacologistas procedem, em muitas regiões do globo, a um esforço sistemático de recolha e estudo de espécies empregues em medicina tradicional e em cosmética. Estas plantas são assim aplicadas em muitos fármacos, tal como em produtos de beleza, pelas suas propriedades específicas de cura, regeneração, embelezamento, etc.

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A fitocosmética
A fitocosmética é entendida como o segmento da cosmetologia que se dedica ao estudo e aplicação das substâncias de origem vegetal, isto é, das plantas e seus componentes, para cuidar da pele, do corpo e dos cabelos. As plantas fornecem os ingredientes que são usados directa ou indirectamente nas formulações dos cosméticos.

De forma directa podemos destacar os óleos vegetais, os extractos glicólicos ou secos da planta inteira ou de partes dela, na forma indirecta estão as substâncias activas que foram retiradas e modificadas para maximizar o efeito benéfico sobre o tecido cutâneo ou fibra capilar. A natureza é assim um grande fornecedor de matéria-prima para os produtos cosméticos.

Matérias-primas vegetais
Desde a antiguidade, as plantas e os seus óleos essenciais sempre fizeram parte da composição dos produtos cosméticos. O objectivo sempre foi criar um odor agradável, além de tirar partido de algumas propriedades fundamentais, como anti-sépticos e anti-inflamatórios.

As pomadas e os óleos contendo constituintes de plantas são possivelmente as formas farmacêuticas mais antigas usadas na cosmética. Infusões, cozimentos e macerados ocupam um lugar de destaque

Infusão
Deita-se água a ferver sobre uma ou mais plantas convenientemente divididas, deixando actuar entre 5 a 15 minutos, coando de seguida. A conservação é muito limitada, devendo a infusão ser guardada em local fresco. É usada em compressas ou incluída em loções, banhos cosméticos, máscaras, etc. Pode ainda ser administrada internamente como adjuvante de uma terapêutica dermatológica. A proporção habitual é de 1 a 2 colheres de sopa (cerca de 3 g planta seca) para o volume médio de uma chávena (cerca de 150 ml de água).

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Cozimento ou decocto
É obtido por fervura. Quando não houver indicação em contrário, serão preparados usando 100 g de planta e 1500 g de água. Ferver até concentrar a 1000 g, depois deve-se coar espremendo, deixar arrefecer e decantar. É usada em compressas ou incluída em loções, banhos cosméticos, máscaras, etc.

Macerado
É uma preparação líquida resultante de uma extracção, normalmente pela água, dos constituintes solúveis existentes numa dada planta. A planta é colocada em contacto com a água, num recipiente de porcelana ou vidro, em local fresco, por cerca de 12 horas. No final, deve-se coar ou filtrar. É um método menos usado em cosmética, de forma directa. Destina-se à preparação de tinturas ou extractos.

Existem várias preparações cosméticas que podem ser efectuadas com plantas como: banhos cosméticos e banhos dermatológicos; champôs; cremes; hidrolatos; leites faciais e corporais; compressas e cataplasmas; máscaras cosméticas; óleos cosméticos; pomadas cosméticas e sabonetes cosméticos.

Hoje em dia as plantas são menos utilizadas de forma directa na moderna indústria cosmética. Correntemente usam-se os seus extractos. Em casos particulares, está a dar-se um reencontro com a utilização directa das plantas, usando conhecimentos e práticas ancestrais.

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Plantas mais utilizadas em cosmética
Alecrim (Rosmarinus officinalis
Anti-séptico,estimulante circulatório. Utilizado para: estrias, dermatites seborreicas, activar a circulatória, tonificar.

Alfazema (Lavandula angustifolia)
Anti-séptica, estimulante circulatória, anti-inflamatória, regenerador celular. Utilizado para perturbações funcionais circulatórias, tonificar.

Calêndula, Maravilhas (Calendula officinalis)
Anti-séptica, anti-inflamatória, antifúngica. Utilizada para cicatrizar, hidratar, tratar de queimaduras solares, eritema das fraldas, rugas.

Camomila (Chamaemelum nobile)
Anti-inflamatória. Utilizada para aloirar o cabelo, relaxar os músculos faciais, suavizar a pele, diminuir olheiras e bolsas das pálpebras, tonificar e desinflamar a pele.

Equinácea (Echinacea purpurea)
Anti-inflamatória, protectora do tecido cutâneo. Uilizada para desinflamar, pele sensível, cieiro, gretas, caspa.

Erva-do-caril (Helychrisum italicum)
Antialérgico, anti-inflamatório, cicatrizante, regeneradora da pele. Uilizada para escaras, acne-rosácea.

Funcho(Foeniculum vulgare)
Anti-séptico, anti-inflamatório, emoliente. Utilizado para peles com impurezas, peles inflamadas.

Hortelã-pimenta(Mentha x piperita)
Rejuvenescedora do tecido cutâneo. Uilizada para refrescar, tonificar e gretas.

Limonete, Lúcia-lima(Aloysia triphylla)
Anti-séptica, anti-inflamatória. Utilizada para amaciar e tonificar a pele.

Salva (Salvia officinalis)
Antimicrobiana, anti-inflamatória, estimulante do tecido cutâneo. Uilizada para dar elasticidade e brilho ao cabelo restaurar a cor do cabelo, peles envelhecidas, desmaquilhante facial, peles gordas, acne.

Tomilhos (Thymus sp.)
Espamolítico, anti-séptico. Utilizado para combater a caspa, tonificar, rejuvenescer.

Agradecimentos: Luís Alves, licenciado em Engenharia Agrícola, agricultor e viveirista
Imagem:© Günter Menzl - Fotolia.com