Alopécia é um termo vago que diz respeito a um conjunto de doenças com causas, tratamentos e prognósticos muito diferentes.
A alopécia androgenética e o deflúvio telogénico são os tipos mais comuns. Podem ser exemplificados, no primeiro caso, como a vulgar "calvice", geneticamente determinada e, no segundo caso, como a queda ativa de cabelo, secundária a múltiplos fatores como alterações hormonais, défices nutricionais, perda abrupta de peso, anemia, período pós parto, stress, período pós cirurgia ou fármacos.
O consumo de suplementos alimentares para problemas capilares está a aumentar nas sociedades desenvolvidas, embora estes cocktails, assumidos como milagrosos, não tenham eficácia em todos os tipos de alopécias. A sua utilização obedece ao pressuposto de que a matriz do folículo piloso necessita de determinados nutrientes para produzir a haste capilar e mantê-la saudável. No entanto, a evidência científica dos benefícios de grande parte destes compostos ainda é escassa.
Na maior parte das vezes são compostos por múltiplas substâncias, maioritariamente vitaminas, minerais e proteínas. Apresentam-se sob a forma de comprimidos ou pós solúveis e visam complementar a carência do organismo em nutrientes e vitaminas essenciais, promovendo o crescimento e fortalecimento de cabelos e unhas.
Estes suplementos podem ser complementados por produtos de aplicação tópica que atuam diretamente no ciclo do cabelo, prolongando a fase de crescimento ativo.
Os componentes que podem ser fornecidos através de suplementos nutricionais são:
- Vitamina A, C e E: propriedades antioxidantes;
- Vitaminas B3 (niacina): melhora a circulação sanguínea; estimula o crescimento do cabelo;
- Vitamina B5 (ácido pantoténico): retarda o aparecimento de cabelo branco e retarda a queda de cabelo,
- Vitamina B6;
- Vitamina B9 (ácido fólico);
- Vitamina B12;
- Vitamina D;
- Vitamina B7 ou H (biotina): a mais popular, ajuda na produção de queratina, retarda o aparecimento de cabelo branco; essencial para a hidratação do cabelo;
- Aminoácidos/ proteínas: compõem 90% da estrutura do cabelo;
- Cisteína, metionina, cistina, arginina, lisina, glutamina;
- Ferro;
- Zinco: importante na configuração da queratina, produção de colagénio e multiplicação celular.
Importa referir que o uso indiscriminado e prolongado de suplementos alimentares deverá ser desencorajado e a sua escolha deve ser individualizada, tendo por base a avaliação clínica durante a consulta médica, dirigindo o tratamento à causa da patologia.
As explicações são da médica Rita Guedes, Dermatologista no Hospital de Vila Nova de Gaia.
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