Solteira de novo e sem saber por onde começar? Esta interrogação é muito comum entre quem precisa de regressar urgentemente para o mercado das descomprometidas após uma vida em comum onde se criaram hábitos idênticos, amigos comuns, vizinhos iguais.
Fazer “delete” a esta vida e reiniciar uma nova é o grande desafio de mulheres depois dos 30 para quem tudo lhes faz lembrar a vida de casada ou os anos enfadonhos de namoro a aguardar um final feliz que nunca chegou a acontecer.
”Sempre sonhei casar-me, primeiro porque era isso mesmo, um sonho, depois porque esperava que esse facto viesse dar alguma dinâmica ao meu namoro. Depois de seis anos juntos, apercebi-me que estava a afundar-me e que éramos quase irmãos e não namorados”, o desabafo é da Sofia, 34 anos, descomprometida há um.
“Porém saí de um filme melancólico para entrar noutro. Não sabia como sair de casa. As minhas amigas já estão todas casadas, algumas com filhos, e outras bem encaminhadas. Alinhavam num jantar, mas depois disso iam para casa. Ora como é que eu ia conhecer pessoas novas, se não ia aos sítios certos?”, acrescenta.
Carla, 41 anos, responde com a sua própria experiência pessoal: “ Comecei por percorrer metade da minha agenda pessoal e desisti. Tive de ser mais inteligente e foi então que me lembrei do facebook e até hoje, dez meses desde que me divorciei, já criei uma rede de amigos fantástica e alguns namoricos já ficaram pelo caminho”. Carla conseguiu libertar-se da parte comum que a unia ao seu marido e que a impedia de assumir um novo compromisso. Ou não. Isto porque quem está solteira de novo, pode já não querer ter uma aliança no dedo, ainda que em sentido figurativo.
Outra das dicas para se regressar ao mercado dos solteirões é…viajar. Ana, 30 anos, aventurou-se e inscreveu-se num cruzeiro pelas ilhas gregas. A sua ideia não era conhecer ninguém, mas simplesmente refletir: “O meu primeiro impulso foi fugir do João, da minha família e de todos os conselhos das minhas amigas. Queria estar sozinha e a única expetativa que tinha era descansar a cabeça depois de um namoro de oito anos com uma traição pelo meio. Surpresa das surpresas: conheci pessoas novas, convivi com uma cultura diferente e tenho um amigo colorido grego. Imaginem!”
Voltar a namoriscar não é a única vantagem na vida de solteirona. O ser dona do seu próprio nariz é um prazer redobrado quando somos os únicos decisores de todos os pequenos e grandes momentos desta fase; menos stresse pois não estamos envolvidos numa relação amorosa com telefonemas, sms e satisfações pelo meio; ganha-se tempo para cuidar de nós; e a família fica deliciosamente reduzida: “Já não tenho de aturar as manias da minha sogra ou fazer um sorriso amarelo para os sobrinhos irrequietos que ninguém tem mão ou não têm coragem de chamar a atenção….”, sorri Ana ao falar dos benefícios dos recém-solteiros.
Uma outra forma de manter novos contactos é o ginásio. Quando se está sozinha, ganha-se mais tempo para cuidar do corpo e a inscrição num ginásio, de preferência, para ambos os sexos, é uma excelente forma de conhecer novas caras, conforme revela Carla: “ Todos os meses vejo gente diferente. Fiz novas amizades no feminino que me têm apresentado a um outro núcleo de amigos. Graças a Deus. Já não sabia a quem ligar sem voltar a cruzar-me com o meu ex e os amigos comuns parecem ficar divididos e comprometidos.
Mas o melhor de tudo é “decidir gastar o meu ordenado numa sandália Jimmy Choo sem olhares reprovadores e depois desfilar a mesma sandália num evento super cool e terminar a noite com elas espalhadas pelo quarto…” O remate final é da Sofia que está a adorar esta fase solta da sua vida. “Comprometer-me outra vez? Nem pensar…” .
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