Chegam sorridentes de mãos dadas, qual qualquer casal de namorados com 20 anos. Quem vê passar Teresa e João repara na cumplicidade e na sintonia que os une. Ninguém adivinha, no entanto, que em 2009 eram totalmente desconhecidos, viviam a pouco mais de 100 quilómetros de distância e não tinham rigorosamente nada em comum, como admitem. Nada, a não ser uma vida solitária e a extrema vontade de encontrar alguém com quem pudessem partilhar uma história de amor.
Teresa Santos tinha 45 anos, era solteira, sem filhos e viveu toda a vida em Anadia, onde trabalhava numa fábrica. A dada altura, as amigas da juventude foram casando e, com a idade, tornava-se complicado conhecer pessoas novas e sair da rotina de casa para o trabalho e do trabalho para casa. «Vivia na solidão e queria arranjar um namorado, alguém que estivesse livre, como eu», conta Teresa Santos. João Oliveira era divorciado, tinha 47 anos e vivia perto de Viseu.
Quando contactou a Amore Nostrum, procurava mais do que uma aventura, depois de ter passado por um casamento de carência afetiva e muitas frustações. «Procurava alguém completamente novo para mim, alguém que gostasse de mim e me tratasse bem. Nunca gostei de estar sozinho e fazia-me confusão chegar a casa e não ter ninguém com quem conversar», sublinha. Entre o primeiro encontro numa das maiores agências matrimoniais do país e o início do namoro não passou muito tempo.
João Oliveira conta que gostou logo do que viu em Teresa e ela ficou enternecida pela cavalheirismo e pela simpatia dele. «Depois da primeira conversa ele fez questão de me acompanhar até ao comboio... Eu achei muito engraçado e vi nisso um sinal de interesse», conta Teresa Santos. Ele diz que o fez para perceber se ela tinha gostado dele. «Podíamos trocar os contactos e não acontecer mais nada... Se ela tivesse recusado a minha companhia, eu iria interpretar essa atitude como um não», confessa. Mas ela aceitou...
Dar o primeiro passo
Os dias passaram e Teresa Santos confessa que pensou em ligar-lhe mas não queria ser a primeira a dar o passo. Preferiu aguardar. Aguardou e João Oliveira ligou. Combinaram encontrar-se novamente e daí nasceu um namoro que durou um ano. «O sucesso do nosso relacionamento foi a comunicação! Se ela fosse calada, não dava em nada... Mas ela tinha sempre conversa comigo. Deixava-me contente e fez com que eu insistisse! Deu-me sempre luta e esperanças ao mesmo tempo, conta ele.
Os meses foram passando e o namoro passou a absorvê-los de tal forma que, durante esse ano, João Oliveira passou a ir todos os fins de semana para a casa de Teresa, a mais de 100 quilómetros de distância. «Não falhou um fim semana!», diz Teresa. «Mas ficávamos muito tristes ao domingo, quando ele tinha de se ir embora e passávamos horas ao telefone, à noite, durante a semana, na esperança que a sexta-feira chegasse mais depressa», desabafa.
Largar tudo por amor
Hoje, Teresa e João vivem juntos perto de Mangualde. O namoro evoluiu e já não fazia sentido estarem distantes. Ele não podia largar a empresa que gere mas ela, «num ato de grande coragem», como ele diz, largou o emprego e a vida que tinha para partilhar uma nova vida com ele. Hoje, são felizes, têm conversa e companhia ao chegar a casa, atenção, carinho, cumplicidade e preocupação um pelo outro. Pelo meio, os beijinhos constantes de Teresa e a preocupação de João com o futuro dela. «Se ela estiver bem, eu também estarei de certeza», refere mesmo.
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Como funciona uma agência matrimonial?
Ao inscrever-se numa agência matrimonial como a Amore Nostrum, onde só são aceites pessoas emocionalmente livres que procuram um relacionamento sério, será recebida por pessoas especializadas na área da psicologia que vão fazer uma análise do seu perfil e perguntar-lhe que tipo de pessoa gostava de conhecer. Com ou sem filhos, fumador(a) ou não, alta, baixa, loira ou morena... Na altura, é assinado um contrato de prestação de serviços e, depois, é função da agência encontrar na sua base pessoas com o perfil que procura.
Quando os perfis são cruzados é agendado um encontro entre as duas pessoas na presença da psicóloga. Saberá o nome da pessoa e, com a devida autorização, poderá ver uma fotografia antes do dia agendado. Depois do encontro, deverão trocar contactos e, o resto, é o que o coração e a empatia ditarem! Caso o primeiro encontro não dê frutos, haverá sempre mais encontros conseguir encontrar alguém que lhe encha as medidas.
Quanto custa o serviço?
Foi criada há mais de 10 anos e é a maior agência matrimonial em Portugal. Conta com milhares de inscritos, cerca de 100 novos casos por mês e a taxa de sucesso ronda os 85%. A maioria dos inscritos são divorciados mas há pessoas dos 20 aos 80 anos, de todas as classes sociais, de todo o país, com ou sem filhos e com as mais diversas histórias de vida. O valor pago pelos serviços da agência, que se compromete a encontrar alguém para si, está entre os 350 € e os 1.000 Mas encontrar o amor tem preço?
Texto: Ana Catarina Alberto
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