Há diferentes formas de nos posicionarmos face à violência nas relações amorosas. Podemos tê-la debaixo dos nossos olhos e evitar vê-la, negar a sua existência, considerá-la rara, episódica e irrelevante ou até legitimá-la. Podemos também preveni-la e combatê-la.
De acordo com a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), a violência no namoro pode ser definida como um ato de violência, pontual ou contínua, cometida por um dos namorados (ou ambos), com o objetivo de controlar, dominar e ter mais poder do que a outra pessoa envolvida na relação.
A violência no namoro não olha a géneros, sendo que tanto há vítimas femininas como masculinas, tal como há agressores masculinos e femininos.
A violência no namoro tem um impacto muito destrutivo sobre as vítimas, independentemente do tipo de violência que é exercido. Há formas de violência que passam despercebidas, que são socialmente aceites e não vistas como tal. É frequente a banalização e até a romantização de alguns atos violentos.
Existem diferentes formas de violência no namoro e podem acontecer diferentes formas de violência na mesma relação de namoro. Por exemplo, as agressões verbais podem ocorrer antes de uma agressão física.
Todas as formas de violência no namoro têm um objetivo comum: magoar, humilhar, controlar e assustar.
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Violência física
Por exemplo, quando o(a) namorado(a):
* empurra;
* agarra ou prende;
* atira objetos ao outro;
* dá bofetadas, pontapés e/ou murros;
* ameaça usar a força física ou a agressão.
Violência sexual
Por exemplo, quando o(a) namorado(a):
* obriga o outro a praticar atos sexuais (sexo vaginal, sexo oral e/ou sexo anal), mesmo quando aquele diz «não»;
* acaricia o outro (ou força carícias), sem que aquele queira.
Violência verbal
Por exemplo, quando o(a) namorada(o):
* chama nomes ao outro e/ou grita;
* humilha o outro, através de críticas e comentários negativos;
* intimida e ameaça o outro.
Violência psicológica
Por exemplo, quando o(a) namorado(a):
* parte ou estraga objetos ou roupa do outro;
* controla a maneira de vestir do outro;
* controla o que o outro faz nos tempos livres e ao longo do dia;
* telefona constantemente ou envia mensagens;
* ameaça terminar a relação como estratégia de manipulação.
Violência social
Por exemplo, quando o(a) namorado(a):
* humilha, envergonha ou tenta denegrir a imagem do outro em público, especialmente junto de familiares e amigos;
* mexe, sem consentimento, no telemóvel, nas contas de correio eletrónico ou na conta de Facebook do outro;
* proíbe o outro de conviver com os amigos e/ou com a família.
IDEIAS-CHAVE
A violência nunca é uma forma de expressar amor ou paixão por outra pessoa.
Os ciúmes não servem de justificação para qualquer comportamento violento.
Maria João Pratt
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