Entra como criança num espaço coletivo de outras crianças e adultos, espaço que a recebe com o que tem. E o que vai encontrar? Depende. Pode encontrar uma sala de aula que é organizada “ à antiga ” – e todos sabem do que estamos a falar – ou pode encontrar uma sala de aula em que o espaço, o tipo de equipamento, a presença de tecnologia, a biblioteca da sala, permitirão trabalhar individualmente, em pequeno grupo, em grupo alargado. Em que as paredes tenham vida, como uma galeria em movimento. Em que existirá uma forma de organização adequada para poderem ser feitas atividades variadas. Em que se pode estar sentado mas também circular entre espaços de trabalho diferentes e organizados. Em que existirá uma mesa espaçosa com materiais diversos disponíveis a puxar pela curiosidade, pela criatividade, pela expressão livre. Pode até haver um canto com um tapete, em que cada um terá a sua almofada, para um momento de conversa geral em torno de algo das suas histórias, das histórias que vêm nos livros, das matérias que andam a estudar. Ou para simplesmente estar, quando liberto da tarefa que terminou.
Uma sala de aula como um espaço formal mas também informal, estimulante, afetuoso, mais próximo, mais criança. Serão muitas as horas, em cada dia, a viver nesse espaço. As crianças são pequenas, precisam de um lugar em que APRENDER tenha condições e regras que lhe permitam crescer como aluno sem largar a sua condição de criança a descobrir-se e a construir-se, passo a passo, durante quatro anos.
O seu filho não nasceu aluno. São-lhe dadas condições para se fazer aluno. Que aluno se quer fazer dele? Convém pensar nisso. A sala de aula que lhe é apresentada é uma das condições determinantes. Há outras de que falarei entretanto.
Maria de Lurdes Monteiro
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