A sexualidade pode desenvolver-se nos primeiros anos e na meia-infância.

 

No entanto, é no adolescente que se evidencia mais através do despertar do desejo sexual, da experiência e da formação de uma identidade sexual.

 

Esta sequência de eventos ocorre geralmente como resultado da puberdade, que se traduz por um crescimento físico e maturação sexual, bem como pelo desenvolvimento psicológico e social.

 

A puberdade expressa-se de forma diferente em ambos os sexos, afetando geralmente as raparigas entre os 8 e os 12 anos e os rapazes entre os 10 e os 14. Fisiologicamente, a puberdade é o resultado do aumento dos níveis hormonais, desencadeados pela secreção de GnRH pelo hipotálamo no cérebro, que estimula as células dos ovários e dos testículos a produzirem hormonas sexuais como o estrogénio e a progesterona, levando à maturidade sexual.

 

As alterações hormonais que ocorrem na puberdade levam também ao aumento do desejo sexual e a alterações emocionais. «O aumento da produção hormonal durante a puberdade aumenta o desejo sexual nos adolescentes», sublinha Bram Broms, médico na clínica euroClinix.

 

«Porém, as suas atitudes a nível da sexualidade são na sua maioria determinadas por múltiplos factores externos e internos», acrescenta o especialista. É nestes factores que a influência dos pais deve actuar, para que a sexualidade no adolescente se torne uma experiência equilibrada e saudável.

Como abordar o seu filho?

 

Partilhar informações sobre sexo e a sexualidade irá ajudar a o seu filho a criar uma identidade sexual e a compreender melhor as alterações físicas e emocionais que se desenvolvem nesta fase.

 

Acima de tudo, é importante que os pais sejam honestos e estejam disponíveis para os seus filhos para esclarecer qualquer dúvida que se possa criar durante o processo.

 

Não existe uma idade específica para abordar o seu filho ou filha sobre a sexualidade, cada criança é uma criança e é o seu desenvolvimento sexual que determina o início da abordagem. Os sinais físicos e psicológicos da puberdade são geralmente um bom indicador, pelo que se o seu filho ou filha começou a sofrer mudanças corporais e de comportamento, ao estabelecer a sua independência e identidade própria, talvez este seja um bom momento para uma primeira abordagem.

 

Seja claro sobre os seus próprios valores sexuais e atitudes para que possa esclarecer o seu filho da melhor forma possível. Se não sabe por onde começar, considere exemplos como filmes ou séries de televisão para iniciar a sua abordagem, de forma a que ambos possam opinar sobre o assunto.

 

Falar sobre sexualidade não deve ser encarado como um sermão mas, sim, como uma conversa informal, em que ambas as partes partilham as suas opiniões, podendo ser útil que comece por questionar o seu filho sobre determinado assunto, relativamente ao seu interesse e conhecimento sobre o mesmo, esclarecendo quaisquer dúvidas ou interpretações incorrectas que possam existir.

 

As conversas sobre relações ou intimidade devem iniciar-se cedo e adaptar-se à idade da criança, para que se possam prolongar de forma natural pela adolescência. Contrarie a ideia de que apenas deve ter uma conversa sobre este assunto, pois o ideal é que fale com os seus filhos sobre sexo e amor de forma frequente.

 

Recorrer a vídeos ou livros pode ser uma forma de facilitar a abordagem e manter o interesse do seu filho em recorrer a si. Todas as crianças beneficiam com a comunicação sobre estes assuntos, ainda que não pareçam muito interessadas.

 

Texto: Clínica euroClinix