O emprego constitui um dos elementos chave para a inclusão social bem como, na construção de um projeto de vida, visando a realização pessoal e a independência financeira.

Contudo, alguns jovens vêm este processo dificultado, por motivos intrínsecos à sua condição, como é o caso de jovens com Necessidades Educativas Especiais (NEE). Assim, as barreiras com que se deparam podem surgir por via destas características e acentuam-se quando os agentes educativos não consideram como hipótese a sua autonomia. Este tema assume cada vez mais visibilidade devido à importância que se atribui à conquista da independência dos jovens com NEE.

A UNESCO reforça a convicção de que é necessário proporcionar aos jovens uma experiência profissional em situação real de trabalho, que o prepare para melhor se adaptar às exigências do mundo após a escola. O contacto com esta realidade permite ao jovem aprender e adquirir novas competências para além das profissionais, nomeadamente ao nível da capacidade de comunicação, da gestão de problemas, no estabelecimento de relações sociais, potenciando o desenvolvimento de competências pessoais e sociais e promovendo a sua autonomia.

Um dos principais obstáculos à integração de jovens/adultos com NEE no trabalho e emprego é a falta de informações sobre as problemáticas, aliada à possível crença de que essa pessoa não corresponderá ao ritmo imposto pela produtividade, o que pode gerar antagonismos quanto à absorção desta mão-de-obra pelas empresas. A este facto, estão a ser alheias determinadas competências do jovem/adulto com NEE, importantes a ter em conta no cumprimento de funções específicas dentro das empresas.

Todo o processo de integração deve implicar a participação do jovem/adulto, o envolvimento das famílias, a coordenação de todos os serviços envolvidos e uma estreita colaboração com o setor de emprego. Neste sentido, o foco deve ser o perfil do jovem/adulto, considerando as suas capacidades, as experiências profissionais prévias, bem como as áreas de interesse, ajustadas com a realidade laboral, com o objetivo de identificar as funções ou tarefas que possa desempenhar com sucesso. Este processo de integração profissional deve ser orientado para a preconização de uma vida com qualidade.

Com este artigo pretendemos contribuir para a sensibilização da comunidade em geral, nomeadamente empreendedores e empregadores relativamente à pertinência de proporcionar oportunidades de emprego a pessoas com NEE como forma de inclusão social, bem como criação de oportunidades.

Ana Catarina Velez | Andreia Silva | Nelson Afonso

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