Está comprovado que o uso abusivo de tecnologia interfere no desempenho escolar. Claro que ela é fundamental para melhorar a aprendizagem e as capacidades intelectuais das crianças, como já admitiram tantos especialistas. Mas existem riscos, geralmente determinados pelo mau uso de dispositivos e ferramentas eletrónicas, que acabam por afetar a capacidade de concentração.
Como em quase tudo na vida, o segredo está no equilíbrio. Manuel Antonio Fernández, especialista em neurologia pediátrica e tratamento de distúrbios comportamentais e de aprendizagem, declarou ao jornal La Razon que os efeitos do suposto prazer que a tecnologia oferece ao sistema nervoso – gratificação de forma imediata e repetitiva – explicam porque é que os miúdos se tornam tecnologicamente insaciáveis e não conseguem pensar em mais nada.
Sabe-se que o uso quotidiano de novas tecnologias produz mudanças na estrutura e no funcionamento do cérebro. “Isso significa que pode ter efeitos positivos e negativos, como acontece com qualquer outra experiência”, explica Manuel A. Fernández. “É preciso conhecer os aspetos positivos mais relevantes e os principais riscos para fazer um uso correto e saudável das novas tecnologias”. Causa esse uso equilibrado não esteja a acontecer em sua casa, implemente uma “desintoxicação” tecnológica seguindo estas recomendações.
- Afastar. Enquanto o seu filho estuda, deve ter os dispositivos tecnológicos longe do seu alcance. Interrupções causadas por chamadas, mensagens ou alertas nas redes sociais enfraquecem o desempenho. Mais: ao menor sinal de fadiga ou tédio, a criança vai tentar entrar em contato com amigos e colegas. Adeus concentração e esforço.
- Informar e apoiar. Tente relativizar o sentimento de perda. A ansiedade antecipada, que ocorre sempre que o jovem sente que está a perder algo por estar desligado da internet, deve ser corrigida com informações racionais e apoio emocional. É um aspeto fundamental que os pais têm de trabalhar com os filhos.
- Limitar. Uma boa maneira de educar os miúdos para um uso saudável das novas tecnologias é fazê-los entender que há tempo para tudo, e criar horários. “A consola passa a ser usada uma hora aos sábados e o telemóvel fica guardado na gaveta mal o jovem entra em casa e só sai de lá pouco antes do jantar”, exemplifica Fernandéz. “Isso fará com que experimentem o esforço e a recompensa de terem conseguido cumprir o planeado e ajudá-los-á a diminuir o sentimento de perda.”
- Recompensar. Encoraje o esforço com uma recompensa – é uma estratégia particularmente eficaz nos mais jovens. Incutir a dinâmica do esforço e dar o exemplo nem sempre é fácil e exige muita força de vontade por parte dos pais. Mas só assim se educa para a responsabilidade. Assim, se ele deixou de usar o telemóvel à tarde, para se dedicar ao estudo, ofereça-lhe um bilhete de cinema e um balde de pipocas para o serão de sábado.
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