Drone em inglês significa “zangão”. Em Portugal, este estrangeirismo tornou-se sinónimo de tecnologia, mas também de brincadeira. Os drones brinquedo fazem altos voos, controlados remotamente e, em muitos casos, permitem a captação de imagens de vídeo. São mais leves, baratos (preços de 50 a 200 euros) e limitados do que os drones normais para o público adulto (cujos preços começam nos 220 e podem ultrapassar os 1000 euros, sendo que não se destinam apenas para fins lúdicos).
Quando pesam menos de 250 gramas, os drones brinquedo não necessitam de registo ou seguro para serem operados, requisitos que os restantes drones terão de cumprir por lei.
A DECO PROTESTE analisou 13 destes brinquedos no seu teste a drones e apurou alguns “bons alunos”. O drone que mais se destacou pela positiva (“Melhor do Teste”) também apresentou a melhor relação entre a qualidade e o preço (“Escolha Acertada”). É fácil de operar através do comando à distância e possui uma câmara com qualidade mais satisfatória face aos restantes drones para brincar. Porém, estas câmaras não são úteis para filmagens: é quase impossível usar estes equipamentos para fazer filmes com qualidade aceitável.
A pouca duração da bateria e instabilidade são os principais pontos fracos de todos os aparelhos. Para além disso, são tão leves que estão muito suscetíveis a serem desviados pelo vento, o que prejudica bastante o seu desempenho.
No teste foram considerados apenas aparelhos com peso inferior a 250 gramas. Os aspetos avaliados incluíram o desempenho do voo, a autonomia, a qualidade das imagens captadas (fotografia e vídeo) com boa luz e com iluminação reduzida, a ergonomia e manobrabilidade dos comandos e a legibilidade do ecrã, quando aplicável.
Estes brinquedos exibem funcionalidades e preços inferiores aos drones mais avançados. Para além de incorporarem câmaras com desempenhos bastante menos satisfatórios, não contam com tecnologia GPS de assistência de voo, que facilita a operação e o controlo das aeronaves. Destinam-se a públicos mais jovens, com ambições diferentes. Por esse motivo, o teste aos drones de brincar foi menos exigente do que o teste aos restantes drones.
Por forma a diluir o seu peso e o preço, os drones de brincar utilizam materiais mais leves e menos resistentes, como o plástico, rotores mais pequenos e menos potentes e baterias com menor capacidade. Nem todos incluem comando remoto. A falta desse instrumento torna a brincadeira menos confortável, pois obriga o “piloto” a tirar os olhos do aparelho frequentemente, para lhe poder dar instruções de voo através de uma app no smartphone.
Embora isentos de registo e seguro obrigatórios, os drones brinquedo não estão à margem da lei. Há regras a cumprir quanto à altitude do voo (30 metros no máximo) e ao espaço sobrevoado (não podem ser voados perto de pessoas ou bens), que visam garantir maior segurança e a separação entre estes aparelhos e os aviões tripulados (não podem ser usados nas proximidades de aeródromos).
Regras de utilização dos drones normais
Os drones normais só podem ser operados de dia, a uma altura máxima de 120 metros e sempre à vista. Não podem voar junto a aeroportos e em corredores de aproximação às pistas, a menos que possuam autorização do operador de aeródromo. Quando são operados nas imediações dos aeroportos, não podem voar acima do obstáculo mais alto num raio de 75 metros.
São também proibidos os voos ao ar livre sobre grupos com mais de 12 pessoas, ou em zonas de sinistro onde decorram operações de socorro. O desrespeito das regras é considerado contraordenação grave ou muito grave, sendo penalizado com coimas de 250 a 4 mil euros.
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