Os hábitos alimentares das crianças são moldados desde muito novos. Traços de personalidade individuais, como por exemplo a criança não estar disposta a experimentar novos alimentos, podem ser impedimento para incentivar a criança a fazer escolhas alimentares saudáveis. No entanto, fatores ambientais, incluindo a educação consciente e inconsciente que as crianças recebem dos pais e de outros cuidadores adultos, também desempenham um papel crucial.
Estudos epidemiológicos
Vários estudos sobre hábitos alimentares de crianças americanas revelam dados preocupantes. Num relatório de 2014 do Centers for Disease Control and Prevention revelou-se que 60% das crianças americanas dos 2-18 anos não ingerem frutas suficientes e 93% não ingerem vegetais suficientes, sendo que para as crianças dos 3-5 anos, a dose mínima recomendada é de 1 a 1 chávena e meia de vegetais e 1 a 1 chávenae meia de frutas por dia.
A influência dos pais
Num estudo realizado, as mães ingerem em média significativamente mais frutas e vegetais crus e cozidos do que os pais.
O estudo revela que crianças cuja mãe ingira muitas frutas e vegetais tendem a ingerir mais destes alimentos. Também foi encontrada uma relação entre o consumo de frutas e vegetais pelo pai e a quantidade desses alimentos consumidos pelos filhos.
Isto revela que a ingestão de frutas e vegetais por ambos os progenitores ajuda no aumento do nível de consumo destes alimentos nas crianças e que o papel do pai deve ser considerado de igual forma importante como o da mãe.
A importância da educação
Vários estudos têm mostrado como as decisões alimentares dos progenitores influenciam as dos filhos. Estes também realçam a importância de educar as crianças sobre como fazer escolhas alimentares mais saudáveis.
O ideal é os pais alternarem a forma como os vegetais são preparados e servidos para ajudar a minimizar a amargura associada a muitos deles e para ajudar as crianças a superar a aversão a experimentar novos alimentos.
A obesidade é genética?
O peso da genética na obesidade é muitas das vezes sobrevalorizado. Verificamos muitas vezes que quando os pais iniciam um tratamento de obesidade os filhos também beneficiam da modificação dos hábitos alimentares dos pais. Assim, o tratamento tem muitas vezes um impacto que se estende a todos os elementos da família.
Um artigo da nutricionista Rita Soares, especialista na Gastroclinic.
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