O divórcio é um processo altamente desgastante em que os pais tentam a todo o custo poupar as crianças à dor e sofrimento. “A mãe e o pai vão separar-se”. Estas são palavras temidas e nenhum pai ou mãe jamais gostaria de pronunciá-las, mas o divórcio é uma realidade comum. Segundo o Huffington Post, entre 40% e 50% dos casamentos nos Estados Unidos acabam desta forma.

É fundamental escolher a altura certa para revelar a decisão às crianças. Se o casal pondera separar-se, só deve contar aos filhos quando tiver a certeza absoluta desse passo. Eles só devem saber quando a decisão está efetivamente tomada. As crianças não progridem em situações de incerteza e só evoluem quando sabem exatamente o que é esperado deles no futuro.

É claro que nunca há um momento “ideal” para dar a notícia, mas certifique-se de que terá muito tempo para estar com os seus filhos depois de lhes contar. É bom dar-lhes afeto – muitos abraços – e não ter de apressá-los para o treino ou para uma festa de aniversário.

Contem juntos o que vai acontecer

Mesmo se não concordarem em mais nada, tentem chegar a um consenso sobre o que vão dizer aos vossos filhos. O ideal é dar a notícia como uma equipa, o que prova que é uma decisão a dois. As crianças preferem ouvir uma mensagem neutra do que um rol de queixas. Certifiquem-se de que estão ambos a assumir a responsabilidade pelo fim do casamento. Esta frente unida irá evitar que os miúdos sintam que podem ter sido a causa do divórcio ou que devem manifestar-se a favor de um e contra o outro.

Use um discurso simples

A mensagem deve ser simples, para que os seus filhos possam entender. Seja o mais sincero e direto possível, tendo em conta a idade e maturidade emocional das crianças. Quando terminarem, preparem-se para responder a muitas perguntas (ou nenhuma). As perguntas podem ir desde “onde vou viver e para que escola vou?” até “quantas vezes vou ver-vos?” As crianças simplesmente querem saber como isso irá afetar a sua vida prática. Dê-lhes apoio, seja simpático, e tenha respostas concretas.

Não atire culpas para o outro

Não importa o quão zangado esteja: não culpe nunca o parceiro pela separação. Evite discutir à frente dos miúdos e guarde para si qualquer pormenor sobre aventuras extraconjugais ou problemas financeiros. Talvez o desgosto seja tal que se sinta tentado a falar com os seus filhos sobre o “comportamento” do seu parceiro, mas eles vão tomá-lo como uma traição, ou pior, como uma censura. Os pais são os melhores amigos dos filhos, por isso tenha cuidado com o que diz, porque os miúdos estão em alerta máximo.

Poupem-nos a pormenores

Não convertam a mesa de jantar no “quartel-general”: mantenham os papéis do divórcio fora da vista, especialmente se as crianças sabem ler. Não falem sobre assuntos legais, mesmo ao telefone, quando os miúdos podem ouvir. Se for necessária uma avaliação profissional para decidir as condições da custódia (o que pode envolver visitas domiciliárias para observar e entrevistar as crianças e a família), tente minimizar a sua importância sem preparar demasiado os miúdos ensaiar.

Esteja atento

Não fique surpreendido se os seus filhos adotarem comportamentos pouco habituais. Por exemplo: insegurança, insónias, raiva, desobediência, dependência emocional excessiva ou até problemas em ir à casa-de-banho (no caso dos mais novos). O divórcio é uma coisa assustadora para as crianças. Algumas ficam claramente tristes ou irritadas, outras negam ter sentimentos a esse respeito. Qualquer uma dessas emoções pode surgir num momento e mudar de um minuto para o outro.

Preocupe-se também consigo

Cuide-se. Alguns pais frequentam conferências ou cursos para recuperar a confiança e superar o stresse do divórcio. Para encontrar estes cursos, pode consultar um médico ou um terapeuta. Se acha que pode superar sozinho este capítulo decisivo da sua vida, reconsidere. Permita-se falar e lamentar o fim do seu casamento, pois isso irá ajudar a ser mais eficaz a cuidar dos seus filhos.