É preciso ensiná-los a andar de bicicleta? Sim. E a mergulhar? Sim. Mas os pais modernos também devem saber as letras das músicas que estão nos tops e as regras básicas de navegação na internet.

Uma sondagem encomendada pela Braun e publicada pelo jornal The Independent revelou que os ‘novos’ pais devem dominar “uma infinidade de informações e tópicos, nomeadamente os horários mais populares para publicar imagens no Instagram e a forma de apagar comentário indesejados no Facebook”. Isto sem descurar velhas tarefas como arranjar a corrente da bicicleta ou mudar a fralda ao bebé.

Há uns anos quem diria que um homem teria de saber fazer tranças no cabelo da filha, comprar o melhor amaciador para ela no supermercado ou participar no concurso de danças de salão da escola? Mais, nesta nova lista de habilidades obrigatórias surgem tarefas como cozinhar o jantar, navegar com sucesso na internet, conhecer os bloggers mais populares e dominar o novo jogo de consola que acaba de sair.

Zbyszek Kalenik, responsável da Braun, declarou ao The Independent que “a nova paternidade exige que os pais se familiarizem com todo o tipo de tarefas e desafios, incluindo aqueles que antes eram da responsabilidade da mãe”. Um quarto dos homens com filhos afirmou que esta lista de requisitos torna mais difícil ser pai hoje do que no passado.

Na revista brasileira Pais&Filhos, a pedagoga e psicóloga Betty Monteiro diz que o pai é o primeiro ‘outro’ na vida da criança, a primeira figura com quem o bebé estabelece uma relação depois da mãe. A especialista defende que a criança espera coisas diferentes do pai e da mãe. “Regra geral, o pai representa proteção e a mãe cuidado. Uma criança que tem um pai presente e participativo cresce mais segura”.

Mas ser pai não é tarefa fácil, sobretudo porque não há uma formação, salienta: “Não estimulamos os rapazinhos a prepararem-se para a paternidade. Quando um miúdo brinca com bonecas, questionamos a sua masculinidade. Isto faz com que o papel dos pais pareça mecânico, eles são aqueles indivíduos que cumprem ordens, mas não estão envolvidos”. “O pai dá banho porque a mãe pediu”, exemplifica a pedagoga. E acrescenta que, “geralmente, as crianças que crescem sem a figura paterna vão procurar o modelo masculino noutra pessoa, por exemplo um tio, um avô ou um amigo da família, e que isso é muito importante para a construção da sua identidade”.