O Aqueduto foi construído no século XVIII para resolver o problema de abastecimento de água à cidade de Lisboa, sendo a maior obra de engenharia hidráulica do mundo feita na época.
A maioria das pessoas identifica o Aqueduto pela sua face mais visível, "A arcaria do Vale de Alcântara", situado sobre a atual Avenida Calouste Gulbenkian. No entanto, o Aqueduto apresenta cerca de 58 quilómetros de extensão, atravessando os municípios de Loures, Odivelas, Sintra, Amadora, Oeiras e Lisboa.
A arcaria sobre o Vale de Alcântara tem 941 metros de extensão e é constituída por 35 arcos, dos quais 14 são ogivais e 21 de volta perfeita. Nesse troço há um arco que tem uma altura de 65,29 metros, o que faz dele o maior arco em pedra do mundo.
Mas este não é o único recorde do monumento. Apesar de estar construído sobre uma importante falha sísmica, o Aqueduto resistiu intacto ao terramoto de 1755.
As visitas ao Aqueduto acontecem de terça a domingo entre as 10h e as 17.30h. São gratuitas para crianças e até aos 12 anos. Os adultos pagam 3 euros.
Sobre um ladrão famoso
O responsável por esta obra foi Manuel da Maia, considerado um dos maiores arquitetos portugueses de sempre, a mando do rei D. João V. Graças a esta obra do século XVIII, os lisboetas viram diminuir o seu problema de carência de água, que condicionava as condições de higiene e salubridade.
Por este motivo, era frequente que os habitantes percorressem grandes distâncias para se abastecerem, já que na cidade só havia dois chafarizes. Inaugurado em 1748, o Aqueduto das Águas Livres funcionou até 1967, altura em que foi retirado do sistema de abastecimento de água.
Apesar de todos os benefícios da obra, houve quem se aproveitasse para maus fins. As lavadeiras e os hortelões que todos os dias se deslocavam a Lisboa utilizavam o Aqueduto, na zona do Vale de Alcântara, mas, de vez em quando, eram surpreendidas com a presença de Diogo Alves, um ladrão que ficou famoso até hoje.
Diogo Alves conseguiu fazer uma cópia da chave do Aqueduto para se esconder e assaltar quem o utilizava como passagem. Era frequente lançar as vítimas do Aqueduto abaixo, fazendo assim confundir os seus atos com um suicídio. Diogo Alves acabou por ser apanhado e condenado à morte, sendo o último condenado à pena capital no nosso país.
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