Em consequência de uma "estreia" desastrosa, muitos rapazes gostariam de poder voltar atrás e iniciar-se na sexualidade de uma forma menos condicionada.
Gostariam de ser eles a escolher a altura e a pessoa ideal para partilhar esse momento que, afinal, é único, tanto na vida de um rapaz como na de uma rapariga.
Há, de facto, uma altura certa para se ter a primeira relação sexual. Não um momento pré-determinado, mas o momento em que a pessoa se sente preparada, independentemente do sexo.
E esse momento implica a presença da pessoa "certa”, implica que existam laços afectivos entre os dois parceiros, de modo a ser vivido com a naturalidade própria. Implica sobretudo a maturidade de tomar a decisão.
E a responsabilidade de saber que essa primeira relação pode ter consequências. Ao nível de uma gravidez, que, ao contrário do que se acredita, pode ocorrer logo da primeira vez, mesmo quando se é adolescente e se pensa que o organismo ainda não está preparado.
E ao nível da transmissão de uma doença sexualmente transmissível, um risco que não deve ser descartado e que só o uso de preservativo permite prevenir.
Para as mulheres, a virgindade é culturalmente associada à integridade do hímen, embora haja casos em que esta membrana não se rompe durante o primeiro acto sexual e haja igualmente casos de mulheres com hímen relaxado ou que já se rompeu devido, por exemplo, a um traumatismo.
Para as mulheres ainda, deixar de ser virgem é sinónimo de dor intensa e de sangramento. Todavia, nem sempre isso acontece. Aliás, quando a relação sexual decorre em condições desejáveis de privacidade e excitação, o relaxamento vaginal faz com que a dor e o sangramento inerentes à ruptura do hímen sejam mínimos ou até inexistentes.
"Aguentar" a erecção
Se “vai doer” é a preocupação dominante quando uma jovem está na iminência de deixar de ser virgem. Já o que preocupa os rapazes é se serão capazes de manter uma erecção.
Isto não significa que para eles a primeira relação sexual seja isenta de dor. Pode acontecer, desde logo devido ao nervosismo e ansiedade próprios do momento, mas também devido a disfuncionalidade do pénis, pelo facto de o prepúcio (a pele que cobre a glande) estar preso. É frequente em rapazes que não foram circuncidados.
Tal como as mulheres, os homens não são todos iguais e a primeira vez depende do contexto socio-cultural, dos valores familiares, religiosos, individuais. E na realidade o modelo masculino começou a interiorizar algumas características femininas, valorizando cada vez mais no acto sexual os aspectos afectivos.
A pouco e pouco isso vai acontecendo, embora seja difícil, para os próprios homens, romper com os padrões que fazem com que a competição seja o cimento que alicerça a identidade masculina. Na sexualidade também.
Ser homem pode ser difícil, na medida em que masculinidade e sexualidade têm muito a ver uma com a outra. Mas ser homem e ter sexo não são a mesma coisa. Há rapazes que escolhem ter sexo com frequência e há outros que preferem, simplesmente, não ter.
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