Esta regra é bastante óbvia. É que é difícil é conseguir segui-la. Há muitos pais que dizem que sim, com alguma hipocrisia, mas muito menos são os que conseguem mesmo pô-la em prática. Contudo, todos sabemos que é uma das regras mais importantes, se não quisermos acabar por arcar sozinhos com a educação dos filhos.

 

Você amava suficientemente essa pessoa para querer ter filhos com ela. É porque o caso é sério. E ela devia continuar a ser a pessoa mais importante da sua vida. Ela pode já não ter tanto tempo para si e possivelmente não exigir tanta atenção como os seus filhos, mas ainda continua a ser o objeto do seu amor.

 

Ter filhos muda a relação mais do que nós poderíamos imaginar, mas 20 anos mais tarde você e o/a seu/sua parceiro/a voltarão a ficar sós como no início. E ele ou ela já não for a pessoa mais importante na sua vida, quando os seus filhos saírem de casa, você ficará infeliz.

 

Tal como eles – porque deixar a casa dos pais já é suficientemente duro, quanto mais sabendo que os pais vão sofrer com isso. Precisam de saber que os pais se amam mais do que a quaisquer outras pessoas. Isso permite aos filhos libertarem-se para viver as suas vidas e, mais cedo ou mais tarde, encontrar um/a parceiro/a de quem gostem ainda mais do que dos pais.

 

Parte da solução é logística. Faça um esforço para que consigam sair os dois pelo menos uma vez por semana. Se não tiver possibilidades de contratar uma babysitter, procure outros casais com filhos que queiram revezar-se para ficar com as crianças. Depois vão simplesmente dar um passeio ou fazer um piquenique no parque. Qualquer coisa. Seja o que for. Desde que consigam perpetuar aquelo «só nós dois» que existia anteriormente.

 

Se isso for complicado (se tem mais do que um filho sabe o que queremos dizer… pois é, onde se meteram todos aqueles que já se ofereceram para tomar conta das crianças?), então vão dar um passeio a pé com o(s) mais pequeno(s), mas conversem sobre os dois, em vez de se porem a comentar o que o bebé fez no dia anterior.

 

E depois há o sexo. É claro que todos sabemos como é difícil arranjar tempo quando estamos exaustos, atarefados com o bebé, esgotados, quando não nos sentimos atraentes e o bebé está a espiar-nos do berço ao lado da cama. Não estamos a pedir-vos que sejam muito criativos. Mas, mesmo assim, poderão destinar uma noite para um jantar especial ou um filme romântico, seguido de uma massagem sensual.

 

Bem sabemos que já leram ou ouviram estes conselhos, mas de facto resultam. Se fizerem um esforço, e se realmente derem um ao outro amor e atenção, não se arrependerão. Concentrem-se na qualidade mais do que na quantidade (nos limites do razoável) durante um bocado, se for útil. E quando os filhos já forem mais crescidinhos, pois bem, talvez a criatividade surja outra vez.

 

Ideia-chave:

Você amava suficientemente essa pessoa para querer ter filhos com ela. É porque o caso é sério.

 

 

Texto adaptado por Maria João Pratt

Fonte: 100 regras para educar o seu filho (2009), de Richard Templar - Editorial Presença

 

Leia também:

1ª regra: Descontraia-se

2ª regra: Ninguém é perfeito

3ª regra: Reconheça aquilo em que é bom

4ª regra: Quase todas as regras podem se infringidas de vez em quando

5ª regra: Não tente fazer tudo

6ª regra: Não tem de seguir todos os conselhos que lhe dão (incluindo este)

7ª regra: É normal sentir vontade de se pôr a andar

8ª regra: Tem o direito de se esconder dos seus filhos

9ª regra: Os pais também são gente