O Sindicato dos Professores do Ensino Público espanhol (ANPE) lançou este mês um comunicado em que pede aos pais reunidos em grupos de WhatsApp que façam “um uso responsável” daquela aplicação quando se trata de interagir ou comentar o comportamento dos professores dos seus filhos.
A organização revelou ao jornal ABC que o seu serviço de aconselhamento legal alertou para um aumento significativo das queixas de insultos ou difamações aos professores por parte destes grupos de pais. Informou ainda que as autoridades não só têm registado inúmeras situações de desrespeito através daquela rede social como já avisaram para a necessidade de promover a “educação” sobre o uso de novas tecnologias, tanto em alunos como nos seus encarregados de educação.
O sindicato adverte que os grupos de WhatsApp, ferramenta muito utilizada em ambiente escolar, estão a optar pelo “caminho mais rápido e fácil” para criticar o trabalho dos professores, lembrando que qualquer queixa ou sugestão em relação ao corpo docente deve ser feita nos “canais previamente estabelecidos”, e não através de um meio que “distorce a comunicação direta que deve existir entre a família e a escola”.
A ANPE esclarece ainda que defenderá os professores contra essas práticas e solicita a cooperação das famílias para “acabar com a falta de respeito pelos professores que pode estar a ser fomentada com esta forma de comunicação”. Também avisa que a disseminação e publicidade de insultos ou calúnias por meio destes grupos pode ser considerada crime.
Para esta entidade, os grupos do WhatsApp “podem ser extremamente úteis na troca de informações sobre atividades escolares e extracurriculares, mas nunca devem ser usados para criticar, insultar ou difamar professores, outros pais ou mães e até os próprios alunos”.
A ANPE lançou uma campanha para informar sobre a utilidade desses grupos e o bom uso que os pais devem fazer deles, através de um decálogo de boas práticas que serão promovidas em todas as escolas da comunidade. “É preciso estabelecer padrões de bom uso dos diferentes canais de comunicação entre as famílias e os professores, até porque isso é essencial para a formação dos alunos e para a boa convivência nas escolas”, defende.
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