O estudo, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, é o primeiro a mostrar "os efeitos corrosivos nas famílias e comunidades negras" deste sofrimento e luto repetidos. O artigo baseou-se em 42.000 pessoas cujas informações foram registadas em estudos de saúde nos Estados Unidos nas últimas décadas.
Os investigadores descobriram que os brancos eram 50% mais propensos do que os negros a nunca terem tido uma experiência de morte na família antes dos 65 anos.
Já os negros tinham 90% mais hipóteses do que os brancos de ter experimentado quatro ou mais mortes na família aos 65 anos.
Sabe-se que as taxas de morte precoce são muito mais altas entre os americanos negros do que entre os americanos brancos, devido a uma série de motivos, como a pobreza, o crime e a falta de cuidados de saúde.
Perder um pai ou outro membro da família com tanta frequência "é uma fonte única de adversidade para os americanos negros que contribui para a desigualdade racial ao longo da vida", disse o estudo, liderado por investigadores da Universidade do Texas (UT) em Austin e da Universidade Estadual de Michigan.
A perda dessas importantes conexões sociais pode desencadear problemas de saúde aumentando o stress e contribuindo para a ocorrência de problemas financeiras e instabilidade em casa.
O estudo apontou uma "literatura substancial sobre luto" que mostra que a perda de membros da família "prejudica a saúde física e aumenta o risco de mortalidade".
"O dano potencialmente substancial aos membros sobreviventes da família é uma área em grande parte negligenciada da desvantagem racial", disse Debra Umberson, professora de sociologia e diretora do Centro de Pesquisa Populacional da UT.
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