O adjetivo “fácil” foi o mais usado pelos alunos da escola Delfim Santos, em Lisboa para classificar o exame de hoje de Português do 9.º ano, explicando que tinha “perguntas de gramática do 6.º ano” e textos “bué fáceis”.
A prova começava com uma entrevista de Carlos Vaz Marques a Mário de Carvalho. "Fácil", garantiu Joana Fonseca, que não precisou dos 30 minutos extra para terminar o exame, que trazia também um outro texto de Machado de Assis.
No final, foi pedido aos cerca de 106 mil alunos do 9.º ano que dessem a sua opinião sobre a função do humor na sociedade.
Sem estrofes de “Os Lusíadas” para analisar nem excertos de “O Auto da Barca do Inferno”, os alunos da escola Delfim Santos saíram da prova contentes.
“Os textos foram bué fáceis”, disse à Lusa Jéssica Silva, mostrando o enunciado da primeira prova realizada este ano pelos estudantes do 9.º ano.
As perguntas de gramática também surpreenderam a maioria dos alunos pela positiva.
Desde que saiu de casa até chegar à escola, Jéssica fez todo o percurso “a cantar as conjugações para não as esquecer”. Mas, quando recebeu o enunciado percebeu que aquela tinha sido uma tarefa inglória: “Estudei bué horas, revi a gramática toda e, afinal, as perguntas eram muito fáceis. Até um aluno do 6.º ano conseguia responder a este exame”, disse.
“Saíram antónimos e sinónimos, depois tínhamos de substituir um nome por um pronome pessoal. Era matéria do 5.º ano”, corroborou a colega Magda Pereira.
Para Magda, a prova deste ano foi bem mais acessível do que a do ano passado, mas a estudante admite que alguns alunos possam vir a ter surpresas quando as notas forem afixadas na pauta.
Muitos estudantes daquela escola no bairro de Benfica saíram da prova logo às 11:00, mas alguns optaram por sair apenas as 11:30. À saída explicaram à Lusa que tinham feito a composição na folha de rascunho e a meia hora serviu precisamente para passar a composição e voltar a rever as respostas dadas.
Por Lusa
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