Um estudo realizado com a participação de 986 mulheres índias da Amazónia boliviana concluiu que aquelas que tinham uma infeção permanente por Ascaris lumbricoides, ou lombriga, tiveram dois filhos a mais do que aquelas que não tinham a doença.

Estas mulheres registaram também um menor hiato entre as gestações, sendo que em média a primeira gravidez também aconteceu em idades mais jovens.

Num artigo publicado na revista especializada Science, os investigadores sugerem que o parasita, que pode alcançar até 36 cm de comprimento, altera o sistema imunitário do ser humano, facilitando a gravidez.

De acordo com os cientistas, os resultados da presente investigação podem conduzir a novos medicamentos para combater a infertilidade, escreve a BBC.

Em média, as famílias das mulheres da etnia tsimané possuem nove crianças. Cerca de 70% desta população possui infeção provocada por vermes parasitas.

Cerca de um terço da população mundial vive também com este tipo de infeção. Estima-se que mais de mil milhões de pessoas possuam doenças causadas por vermes intestinais, sobretudo em zonas com más condições sanitárias.

No entanto, enquanto o Ascaris lumbricoides aumentou a fertilidade das mulheres estudadas durante nove anos, vermes nematódeos, como os causadores da ancilostomose, tiveram o efeito oposto - menos três filhos ao longo da vida.