Um estudo da Sociedade Portuguesa de Ginecologia e da Sociedade Portuguesa de Contraceção conclui que a utilização de contraceção nos adolescentes aumentou nos últimos 10 anos: em 2005 18% das adolescentes com vida sexual ativa não usava contraceção, mas em 2015 apenas 5% o fazia.

Fomos consultar o médico ginecologista-obstetra Joaquim Neves com que tirámos algumas dúvidas sobre a pílula do dia seguinte na adolescência.

Quando é que uma adolescente deve fazer a sua primeira consulta de planeamento familiar?

O planeamento familiar está destinado para a orientação da saúde reprodutiva das mulheres e dos homens. Sempre que ocorra necessidade de esclarecimento e informação sobre o tema, esta é uma oportunidade para recorrer aos serviços de saúde e contactar um profissional com experiência na área.

É mais típico solicitar-se ajuda quando se pretende iniciar a vida sexual e tal deve acontecer, de preferência, antes das relações sexuais.

Existe uma idade ideal para iniciar a contracepção oral? 

Não existem limites de idade para a contraceção. O objetivo da mesma é a proteção em relação a uma gravidez não planeada. Sempre que se considera haver risco de gravidez, deve-se fazer quanto mais não seja, os preservativos são os métodos mais disponíveis e muito eficazes (se bem utilizados) para a prevenção da gravidez e os únicos na proteção em relação a uma infeção sexualmente transmissível.

Não existem limitações na utilização da contraceção de emergência, mas deve-se programar rapidamente a utilização de uma contraceção regular.

O que é a contraceção de emergência?

Este tipo de contraceção consiste na tentativa de utilizar um método de contraceção imediatamente após uma relação sexual não protegida no sentido de minimizar a ocorrência duma gravidez, por falha do método regular ou por relações não protegidas. Geralmente é concretizada com ação hormonal, através da pílula de emergência, para evitar a rotura do folículo ovárico ou com a aplicação de um dispositivo intrauterino de cobre que tem sobretudo um efeito tóxico sobre as células germinativas (óvulo e espermatozoide) e ainda para contrariar a provável implantação do ovo (alterando a recetividade do útero).

É eficaz?

As pílulas de emergência ou do dia seguinte, como as com a componente ativa levonorgestrel, são eficazes na prevenção de uma gravidez, quando tomadas até 72 horas após a relação desprotegida ou falha do método.

Com que frequência pode ser tomada?

Esta é uma pergunta na qual geralmente costuma haver bastantes mitos associados. Métodos de emergência não devem ser usados como método regular de contraceção, mas a mulher deverá proceder a este método sempre que quiser minimizar a ocorrência de uma gravidez. Não existem limitações na utilização da contraceção de emergência, mas teoricamente se uma mulher teve a necessidade de recorrer ao método e se o mesmo teve sucesso deve programar rapidamente a utilização de uma contraceção regular.

Tem efeitos secundários?

Muito limitados com poucas restrições. De qualquer forma, deve-se procurar orientação com um profissional de saúde para adaptar o método às necessidades da pessoa.

Em que casos deve ser tomada?

Sempre que ocorrer uma relação sexual não protegida ou haver alguma falha no método de contraceção utilizado.

Os jovens com dúvidas devem pedir ajuda/aconselhamento a quem?

Não só os jovens, mas na presença de dúvidas sobre a contraceção e neste caso particular a variante de emergência, os profissionais de saúde de proximidade (serviços de urgência) tentam esclarecer sobre a utilização dos métodos de contraceção de emergência. Poderá ser com um ginecologista, um profissional de medicina geral e familiar, a equipa de enfermagem com experiência na área da contraceção ou um farmacêutico.

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