Aquilo que todos queremos é que as crianças sejam felizes e para o conseguirmos procuramos corresponder aos seus apelos, às suas necessidades e às suas expectativas.
Neste caminho, é fundamental lembrarmo-nos daquilo que as crianças esperam dos pais! Muitas vezes, apesar de os pais saberem o que é que as crianças esperam deles, com a rotina do dia a dia, acabam por, sem querer e sem se aperceberem, entrar em “serviços mínimos”, afastando-se da percepção daquilo que é essencial para uma criança.
Assim, quando conversamos com as crianças - quer com as mais pequeninas, quer com as mais crescidas - há alguns fatores comuns que todas as crianças esperam dos pais e que, por vezes, com facilidade, não sentem que sejam correspondidas. Destacamos de forma mais clara algumas delas:
- Que os pais partilhem o seu dia a dia - da mesma forma que os pais gostam que as crianças partilhem o seu dia e as coisas mais importantes e marcantes que experienciaram, também as crianças gostam de se sentir ligadas ao dia dos pais e que os pais partilhem com elas os seus momentos mais importantes.
- Saber o que os pais sentem - as crianças precisam e gostam que os pais partilhem com elas aquilo que sentem, é uma forma de se sentirem valorizadas pelos pais. Quando os pais conseguem partilhar as suas emoções com as crianças estão também a criar uma ponte de cumplicidade para que a criança sinta espaço para partilhar o que ela própria sente com os pais.
- Compreensão e valorização do que sentem - muitas vezes, as crianças sentem-se mais sozinhas do que todos desejaríamos e essencialmente sentem-se sozinhas porque têm a ideia que ninguém as compreende, nem valoriza o que sentem. É essencial que antes de julgarmos um comportamento de uma criança, antes de julgarmos uma birra, por exemplo, procuremos compreendê-la, para que a criança não sinta que as suas emoções são um “bicho” tão difícil de compreender que nem os pais são capazes disso.
- Que os pais assumam o comando - é muito difícil para as crianças serem capazes de estar em autogestão, por isso - mesmo que não pareça - as crianças esperam que os pais assumam o comando do dia a dia e que sejam capazes de - com firmeza e afeto - lhes traçar o caminho que devem seguir.
- Que os pais confiem - para uma criança se sentir segura de si, precisa que os pais confiem e acreditem nela e nas suas competências, esta é a melhor ferramenta para uma criança ter uma auto-estima sólida.
Se queremos que as crianças sejam permeáveis aos pais e se sintam verdadeiramente em casa e seguras junto dos pais, é essencial, que os pais abram caminho para que as crianças se sintam envolvidas no seu dia a dia, se sintam valorizadas e que confiem nelas. Só assim, mantendo a relação entre os pais e as crianças viva e forte, correspondemos aquilo que as crianças esperam dos pais e que as faz sentirem-se felizes.
Um artigo das psicólogas clínicas Sara Almeida e Cátia Lopo da Escola do Sentir.
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