Níveis baixos de vitamina D durante a gravidez parecem estar associados com um aumento do risco de complicações nas futuras mães e a baixo peso à nascença dos bebés, indica um novo estudo.
A investigação mostra uma associação, mas não prova que a insuficiência de vitamina D provoca complicações. Ainda assim, a ingestão de suplementos de vitamina D pode ajudar a reduzir estes riscos, frisam os autores do estudo.
A investigação, que analisou cerca de 15 mil indivíduos (entre grávidas e bebés), revelou que as grávidas com níveis baixos de vitamina D estavam mais propensas a desenvolver diabetes gestacional (diabetes durante a gravidez) e pré-eclâmpsia (pressão arterial elevada e proteína na urina). Também apresentavam uma maior probabilidade de darem à luz bebés com baixo peso.
Os resultados, publicados na versão online da revista British Medical Journal (BMJ), são «preocupantes dada a recente evidência que baixos níveis de vitamina D são comuns durante a gravidez, particularmente entre mulheres vegetarianas, com exposição solar limitada ou com pele mais escura», como se pode ler no estudo.
Apesar do estudo ter identificado uma associação significativa entre níveis baixos de vitamina D e um risco aumentado de complicações na gravidez, é necessária mais investigação para determinar se a implementação de programas para aumentar os níveis de vitamina D em grávidas reduzirão tais riscos, afirmaram os investigadores da Universidade de Calgary (Canadá), onde decorreu o estudo.
Os resultados sustentam o objetivo de assegurar que todas as grávidas apresentam níveis adequados de vitamina D, de acordo com um artigo editorial que acompanha o estudo, da autoria de Robyn Lucas, do Centro Nacional de Epidemiologia e Saúde Populacional, da Universidade Nacional da Austrália, em Camberra. A especialista afirma que «suplementos de vitamina D, dieta e exposição à luz solar são tudo medidas que devem ser postas em prática juntas, com cuidado». São necessários «estudos mais abrangentes para clarificar a associação entre muito pouca vitamina D na gravidez e complicações no parto», conclui Robyn Lucas.
Maria João Pratt
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