O Serviço Nacional de Menores (Sename) do Chile voltou, por razões trágicas, às primeiras páginas dos jornais do país.
De acordo com a agência de notícias France Presse, a justiça designou o promotor regional Marcos Emilfork "para investigar as supostas responsabilidades penais na morte de menores" ao abrigo daquele serviço sob a órbita estatal.
Nos últimos 11 anos, pelos menos 185 crianças ao abrigo daquele organismo terão morrido em circunstâncias pouco claras.
"O Sename é uma instituição que está tecnicamente morta", critica o deputado René Saffirio, que considera que o governo de Michelle Bachelet tem que trabalhar "num projeto-lei que permita reconstruir uma instituição de assistência e cuidado de crianças e adolescentes" que realmente funcione.
"O Estado chileno reconheceu pela primeira vez a morte de 185 membros [institucionalizados neste organismo] desde 2005 e a Justiça decidiu designar um promotor especial para investigar o caso", comentou o deputado René Saffirio.
O político divulgou esta semana, no ponto alto de uma comissão parlamentar, que solicitou em maio informações sobre as mortes registadas nos últimos anos nos centros dependentes do Sename, após a morte de uma criança de 11 anos em abril num centro de proteção por paragem cardiorrespiratória.
Os registos detalham que 134 das mortes ocorreram em estabelecimentos de saúde, 49 em organismos colaboradores do Sename e duas em centros de administração direta do Sename.
Agora a ministra da Justiça, Javiera Blanco, encarregar-se-á da investigação e de entregar os dados sobre a causa das mortes.
Além de garantir os direitos das crianças e dos adolescentes e de as tentar reinserir na sociedade, este organismo regula também as adoções no país.
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