“Sinto que nunca tive de pôr nada de parte para ser bom aluno”, confessou à Lusa Nuno Oliveira, natural de São João da Madeira, que entrou para o curso de Bioengenharia com praticamente 20 valores (19,88).

Uma das chaves para o sucesso escolar e para lidar com a pressão das notas foi nunca ter de abdicar de fazer o que mais gosta, como continuar a estudar música (piano), ou de estar com a namorada e com os amigos.

Filho de uma professora de Educação Visual e de um empresário da área da Segurança Alimentar, Nuno Oliveira desvenda à Lusa que o que gostaria no futuro, dentro de cinco anos, quando terminar Bioengenharia, era trabalhar na área da investigação e, de preferência, em Portugal.

“Eu gostava de conseguir um trabalho em investigação com condições dignas em Portugal, pelo menos no pós-curso”, declarou, contanto que o seu melhor método de estudo era fazer um “horário mental do que iria estudar a cada dia” e cumprir à risca esse objetivo. Aproveitar “ao máximo as aulas” é outra das chaves para o sucesso, sendo meio caminho andado para não ter que estudar tantas horas.

Outro aluno com quase 20 valores

Também com 17 anos de idade, Rodrigo Albuquerque, natural do Porto, faz parte da tabela dos três melhores alunos a ingressar na Universidade do Porto, tendo entrado com 19,85 valores para o curso de Economia.

O ensino do Colégio Lusa-Internacional do Porto dado de uma “forma inovadora com debates e apresentações nas aulas”, um estudo concentrado três a quatro horas por dia, a resolução de exames de anos passados e ir ao ginásio foi a receita eficaz para o caso de Rodrigo Albuquerque, filho de médicos, que foi o segundo melhor aluno a entrar na U.Porto este ano.

O terceiro melhor estudante a entrar foi Maria Teresa Teixeira, 18 anos, natural de Braga, que entrou com 19,83 valores no curso de Engenharia e Gestão Industrial, depois de ter estudado no Colégio D. Diogo de Sousa, em Braga, desde os três anos de idade, altura em que começou também a praticar dança.

Maria Teresa Teixeira, que desde os três anos que faz ballet, acredita que ser bailarina a obrigou a ter sempre “muita disciplina”, designadamente para estudar, o que lhe deu um “equilibro mental e físico”, assume à Lusa, considerando que a dança e o acesso à cultura foram fulcrais para ser boa aluna e atingir boas notas escolares. “A parte cultural está sempre comigo, porque toda a vida estive ligada, mas também gosto de ciência”, conta Maria Teresa Teixeira, filha de uma professora de português e de um engenheiro.

A U.Porto preencheu este ano, na primeira fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior, a totalidade das suas vagas 4.185 vagas, dominando a lista dos cursos com as médias mais altas de entrada e contando com sete dos 15 cursos superiores que registaram a maior nota de acesso em Portugal.

A instituição de ensino superior teve, este ano, “quase o dobro dos candidatos para as vagas que estavam disponíveis em primeira opção”, disse o reitor da U.Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, durante a cerimónia de boas-vindas a mais de quatro mil novos estudantes daquela instituição universitária.

“Estes números revelam não apenas a qualidade dos estudantes que entram na universidade, mas também a reputação que a nossa instituição goza. O ensino e a ciência, inovação e empreendedorismo, a criação artística e o pensamento crítico que tem lugar nesta universidade são valorizados pela sociedade portuguesa”, assinalou.