Mais de 60% dos adultos espanhóis saltam o lanche e 40% dizem mesmo que essa refeição só faz falta às crianças e aos adolescentes. De entre os abstémios desta refeição, cerca de 12% admitem não comer à tarde por medo de engordar e 72% estão convictos de que o lanche só é necessário a quem se alimenta mal ao almoço. Tais conclusões fazem parte de um estudo levado a cabo pelo Lidl em conjunto com a «5 al día», associação sem fins lucrativos que fomenta o consumo diário de frutas e legumes.
A pesquisa foi feita com 5.039 indivíduos dos 18 aos 74 anos e divulgada na apresentação oficial do programa itinerante Plano Merienda, lançado com o objetivo de educar crianças e adolescentes na aquisição de hábitos de vida saudável. Patrocinada pelo ex-treinador de futebol Vicente del Bosque e pelo jogador Rubén Blanco, do Celta de Vigo, a iniciativa vai chegar a 60 cidades em oito meses e pretende atingir cerca de 40 mil pessoas.
O estudo mostra ainda que dos 39% de adultos que lancham apenas 19% planeia o que vai comer e só 14% incluem fruta fresca nessa refeição, embora 81% dos espanhóis admita que um lanche equilibrado deve contemplar este tipo de alimento. O presidente da “5 al día”, Joaquín Rey, disse ao ABC que “a fruta é a grande desaparecida dos lanches, apesar de esse ser um excelente momento para a consumir”.
Entre os adeptos adultos do lanche, 25% come pão ou cereais integrais, 32% algum tipo de produtos lácteo desnatado e 25% engloba um enchido na refeição. Legumes, ovos e peixe obtêm apenas 4, 2 e 3%, de representatividade nos lanches, segundo a mesma pesquisa.
Os investigadores notam a falta de conservas, por exemplo de atum ou sardinha, opção que consideram bastante saudável por ser uma boa fonte de vitaminas A, B e D e de ómega 3. E sublinham que, quanto mais velhos os inquiridos, menos importância dão ao lanche – 95% das crianças lancham todos os dias, mas só 78% de adolescentes faz o mesmo. Entre os primeiros, 58% come fruta fresca, em comparação com 38% dos adolescentes. Mas no que toca a legumes as percentagens são iguais: só 3% de uns e outros incluem legumes na refeição da tarde.
Por outro lado, 25%, crianças e adolescentes come doces industriais, um péssimo hábito e potenciador de futuros problemas de saúde como a diabetes ou doenças cardiovasculares.
Mais, o lanche é bom para dar energia: “Deve ser feito um pequeno lanche a cada duas ou três horas, a juntar a uma alimentação adequada, para evitar longos períodos de jejum”, explicou Ramón de Cangas, membro do grupo de especialistas responsáveis pela condução da pesquisa ao jornal ABC.
Joaquín Rey usa a expressão “pandemia do século XXI” para se referir a um dado preocupante: 96% das crianças costuma petiscar diante do ecrã, seja ele de televisão, computador, tablet ou até do smartphone. Se tivermos em conta que perto de 36% dos miúdos passam uma a duas horas por tarde à volta do telemóvel, percebe-se a preocupação. O especialista lembra ainda que 89% dos adolescentes também lancha em frente ao ecrã - sendo que 50% perdem uma a duas horas com o telemóvel durante a tarde e 27% admite chegar às tês horas de navegação.
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