Dois meses após o arranque das aulas, ainda há livrarias que não receberam o dinheiro pelos manuais escolares que distribuíram antes do início do ano letivo. A notícia é avançada pelo Jornal de Notícias.

Este ano, as famílias tiveram de se inscrever no portal MEGA para receberem um voucher que lhes permitiu obter os manuais sem custos junto das livrarias. Estas, por sua vez, ficaram com os vales para serem ressarcidas, mais tarde, pelas escolas. A responsabilidade do pagamento dos manuais está depositada nas escolas, após verbas transferidas pelo Ministério da Educação.

Como são os almoços nas escolas no resto do mundo?
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Não obstante, o Governo garante que está a pagar às escolas, embora os proprietários das livrarias digam que ainda não receberam o dinheiro que pagaram às editoras pelos livros.

"Dos 100 mil euros que tinha a receber, só me pagaram uns 20%", revela Abdul Gafar, da livraria Isabsa, em Lisboa. O proprietário ainda não recebeu pelos "vouchers" de agosto e setembro e em outubro decidiu não aceitar mais encomendas. O capital da empresa não foi suficiente e teve de "pedir um empréstimo de 50 mil euros para pagar às editoras".

Manuais gratuitos para todos em 2019/2020

Sem receber, muitas livrarias ameaçam não aderir em 2019 à distribuição dos manuais, comprometendo o alargamento da medida dos manuais gratuitos ao 12.º ano, que irá abranger 1,2 milhões de alunos.

Em Portimão, a Livraria Algarve ainda tem "39 mil euros a receber" relativos a 90% dos livros entregues em setembro e outubro, assegura José Fernandes. Para o ano, "vai ser um problema ainda maior" e admite "ponderar bem" se vai aderir ao sistema, cita o jornal.

Glória Rosa, da Lusíada, em São João da Madeira, é mais radical: "Se no próximo ano a demora for igual, nem abro a loja na altura dos livros escolares".