
O governo holandês está a ponderar não atribuir vagas nas creches a crianças que não estejam vacinadas contra o sarampo, a varicela e rubéola, avança o jornal espanhol ABC.
Na base da decisão estará o mais recente surto de sarampo que atingiu a Europa - considerado o maior da década com 41 mil casos nos primeiros seis meses deste ano - e a diminuição da taxa de vacinação na Holanda.
Se a medida for aprovada, a Holanda junta-se a França, Itália e Áustria, que adotaram medidas similares para combater a proliferação de doenças contagiosas.
A proposta deverá ser apresentada no Parlamento holandês nos próximos meses, mas já tem o apoio público de quase uma centena de deputados (95 em 150 assentos parlamentares). "Como pai, tenho o direito de saber o quão seguro está o meu filho. Estamos a favor de um registo obrigatório e de dar às entidades de cuidado infantil a possibilidade de rejeitarem crianças que não estejam vacinadas", disse o deputado socialista Peter Kwint, citado pelo jornal espanhol.
A Organização Mundial de Saúde sublinhou, recentemente, que o vírus do sarampo é extremamente contagioso e é transmitido com rapidez entre pessoas suscetíveis, sublinhando que, para prevenir surtos, é necessário, pelo menos, uma cobertura de imunização de 95%, com duas doses de vacina a cada ano, em cada comunidade.
Portugal não escapou ao surto
Embora a cobertura da vacina tenha passado, no último ano, de 88% para 90% das crianças em idade de vacinação, continuam a existir grandes diferenças a nível local na Europa: há comunidades com 95% de cobertura e outras que ficam abaixo dos 70%.
Portugal registou este ano, um surto de sarampo na região Norte, tendo sido confirmados 112 casos entre fevereiro e abril, 103 dos quais com ligação ao hospital de Santo António, no Porto. Todos os casos foram curados.
Recomendações da DGS
A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda aos portugueses que verifiquem o seu boletim de vacinas e se vacinem caso seja necessário, e para ligarem para o número 808 24 24 24 se estiveram em contacto com um caso suspeito de sarampo ou tiverem dúvidas.
Segundo a DGS, em pessoas vacinadas a doença pode, eventualmente, surgir com um quadro clínico mais ligeiro e menos contagioso. Quem já teve sarampo está imunizado e não voltará a ter a doença.
A vacina contra o sarampo faz parte do Programa Nacional de Vacinação, que deve ser administrada aos 12 meses e aos cinco anos.
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