"A maior preocupação reside na quebra constante do número de estudantes, de cerca de menos 1.200 comparativamente ao ano transato, e menos 8.145 do que quando assumi funções de secretário regional da Educação e Cultura no começo do ano letivo de 2014/2015, o que significa uma quebra de quase 20% em seis anos", disse Avelino Meneses.
O titular pela pasta da Educação na região falava no lançamento da primeira pedra do novo edifício da Escola Básica e Integrada de Rabo de Peixe, no concelho da Ribeira Grande, ilha de São Miguel, num “investimento de 14 milhões e 300 mil euros correspondente a um edifício de nove mil metros quadrados", que ficará dotado de "todas as funcionalidades indispensáveis ao exercício de uma ação pedagógica de mestria”, segundo sublinhou o governante.
“Por isso, com essas novas instalações, é de prever o reforço do contributo desta escola de Rabo de Peixe para o desenvolvimento da educação nos Açores”, vincou.
O secretário regional da Educação reconheceu que a quebra constante do número de estudantes é "uma ameaça".
"Uma ameaça, porque o futuro dos Açores depende dos açorianos quando reconhecidamente somos poucos e velhos. Uma responsabilidade acrescida para o sistema educativo regional, já que, na impossibilidade da multiplicação das nossas gentes, por força da acomodação da época contemporânea, importa tratar do perfil das nossas gentes conferindo-lhes pela educação as qualificações requeridas pela atual civilização do conhecimento", alertou.
Já quanto aos professores na região, o governante referiu que "há naturalmente maior disponibilidade de apoio e soluções para uma população estudantil em decréscimo", evidenciando um aumento do número de docentes que passaram a integrar os quadros, "uma prova de redução da precariedade fruto da abertura de quase 1.000 vagas desde 2012", indicou.
Relativamente a pessoal de apoio educativo, Avelino Meneses disse que, "em 2019, fez-se o recrutamento, por concurso, de cerca de 170 assistentes operacionais" e, este ano, "já ocorreu a regularização de 80 assistentes que integravam programas ocupacionais".
Nas escolas açorianas "o pessoal de apoio educativo cifra-se em perto de 3.000 elementos", o montante "mais elevado de que há memória", disse também Avelino Meneses.
Em relação ao investimento no parque escolar dos Açores, o secretário regional avançou que, no total, "desde 2012, o montante investido em novas construções escolares ultrapassou os 130 milhões de euros", respeitante à edificação das Escolas Canto da Maia, em Ponta Delgada, e Gaspar Frutuoso, na Ribeira Grande, ambas em São Miguel, das Velas e da Calheta, em São Jorge, das Lajes do Pico e à primeira fase da Escola Básica e Integrada da Horta, no Faial.
Em São Miguel está em curso a empreitada da Escola das Capelas, estando "os trabalhos já consignados para remoção de tetos com incorporação de amianto da Escola Básica e Integrada da Lagoa e também com a adjudicação há dois dias da empreitada de construção da nova escola dos Arrifes", indicou.
Lembrando que devido à pandemia se vive "um tempo de grande incerteza", o titular pela pasta da Educação nos Açores destacou, no entanto, que no ano letivo transato os Açores registaram, em matéria de avaliação, "ótimos resultados traduzidos nas taxas de transição mais altas de sempre, todas elas acima das metas estabelecidas para o termo do ProSucesso (Plano Integrado de Promoção do Sucesso Escolar) em 2025/2026".
"A partir de agora é justa a reivindicação de taxas de retenção em todos os ciclos do ensino básico de menos de 5% e até de 0%, coisa que já aconteceu numa das nossas escolas", sustentou.
Comentários