Em 26 de maio, data que marca 80 meses do desaparecimento dos jovens, vai realizar-se uma manifestação nas ruas de Iguala, naquele estado, e na Cidade do México, indicaram na segunda-feira os pais.
“A vontade política do atual Governo mexicano é clara, mas isso não é suficiente. Desde março até à data estamos na mesma situação e a investigação e a busca não apresentam avanços e não temos resultados”, disse o advogado dos pais, Vidulfo Rosales, durante uma manifestação decorrida na segunda-feira no centro da capital mexicana.
De acordo com dados oficiais, mais de 85 mil pessoas estão desaparecidas no país e, portanto, mantêm a exigência de justiça para saber onde estão os 43 jovens desaparecidos em setembro de 2014.
Na versão oficial do Governo do antigo Presidente Enrique Peña Nieto, os 43 estudantes de Ayotzinapa foram presos em Iguala, na noite de 26 de setembro de 2014 pela polícia local corrupta que os entregou ao cartel Guerreros Unidos, que terá incinerado os jovens num depósito de lixo.
Este relato, conhecido como a “verdade histórica”, foi contestado por familiares e peritos independentes, para os quais os corpos não podiam ter sido queimados naquele local e apontaram para o envolvimento da polícia militar e federal no caso.
Em 2018, o atual Presidente mexicano, Andres Manuel Lopez Obrador, ordenou o reinício das investigações e anunciou, em 26 de setembro último, seis anos após o desaparecimento, que existiam mandados de captura para a polícia militar e federal.
Em novembro, as autoridades detiveram o capitão José Martinez, primeiro membro do exército ligado ao desaparecimento dos jovens e que foi acusado de crime organizado.
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