Testado com sucesso numa escola de São João da Madeira e agora transposto para crianças entre os seis e os dez anos que frequentam o ATL do Centro de Infância Arte e Qualidade (CIAQ), o ensino de Mandarim é feito por duas professoras, uma chinesa e outra portuguesa.

Em aulas semanais, os alunos aprendem, entre outras coisas, a ler, escrever e contar, bem como as formas de saudação, a identificação pessoal e os laços de parentesco naquela língua.

Ao todo, são 60 caracteres chineses que as crianças estão a aprender a desenhar e a perceber o seu significado, preparando-se desde já para o contacto com uma cultura milenar que, cada vez mais, se assume como presença global no futuro.

Segundo disse à Lusa Raquel Gomes, coordenadora do CIAQ, as crianças têm encarado com entusiasmo as aulas e demonstram uma grande capacidade de aprender uma língua que lhes era estranha.

O programa e a condução das aulas, tarefas realizadas por docentes do Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro, foram adotados a partir do modelo que o mesmo departamento está a usar no projeto de ensino de chinês em São João da Madeira, iniciado em 2012 e reconhecido pelo Ministério da Educação.

A recetividade dos pais à iniciativa também superou as expectativas. “A curiosidade por uma língua e uma forma de escrita tão diferente traduziu-se numa grande procura de frequência das aulas”, dá conta Raquel Gomes, explicando que, “devido à sobrelotação das inscrições, no início do ano letivo houve necessidade de abrir mais uma turma”.

Para Raquel Gomes, a aprendizagem reveste-se de grande valor, não só pela língua em si, mas “por todo o contacto com a riquíssima cultura chinesa”, sendo uma oportunidade para os que frequentam as aulas.

“Julgamos que o ensino de uma nova língua e cultura é sempre pertinente, nomeadamente para crianças nesta faixa etária, que possuem grande capacidade de retenção de informação”, refere a responsável.

Sendo a China uma grande potência mundial, Raquel Gomes acredita que “a perspetiva de conhecer e estabelecer a melhor forma de comunicação, quer a partir da língua, quer a partir da sua cultura, é uma vantagem para quem começa, desde cedo, a aprendizagem”.