“De acordo com a Resolução do Conselho de Ministros e com pareceres da Comissão Nacional de Proteção de Dados, os professores podem exigir que as câmaras estejam ligadas, dado estar-se em contexto de sala de aula, não havendo divulgação de imagens”, disse à Lusa o Ministério da Educação.

Dar aulas para um ecrã negro, sem conseguir ver a turma, foi um dos grandes desafios que os professores tiveram de lidar em março, quando os estudantes foram pela primeira vez obrigados a ter aulas à distância.

“Não ver os alunos, não perceber se estão motivados ou não, se estão a acompanhar o que estamos a dizer torna o trabalho do professor muito mais difícil”, disse à Lusa o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima.

No passado ano letivo, muitos docentes queixaram-se de não conseguir que os alunos ligassem as câmaras. Os professores sabiam que sem contacto visual era ainda mais difícil manter a turma interessada.

Agora os docentes podem exigir mais aos seus alunos.

Segundo Filinto Lima, a situação neste novo período de ensino à distância “já não é tão problemática”.

“Houve uma sensibilização dos diretores escolares junto dos alunos e dos pais para que os alunos mantivessem as câmaras ligadas e agora esse é um problema mais residual”, sublinhou o também diretor do agrupamento de escolas Dr. Costa Gomes, em Vila Nova de Gaia.

Mais de um milhão de alunos do ensino básico e secundário estão desde o início da passada semana a ter aulas à distância, devido ao agravamento da situação pandémica em Portugal. Neste momento, ainda não existe um calendário para o regresso ao ensino presencial.