Os alunos do ensino secundário em Portugal tiveram mais aulas à distância devido à pandemia de covid-19 do que a média dos estudantes da OCDE, com as escolas encerradas 92 dias.
Apenas 8% das escolas tinha equipamentos e ligação à internet quando o Governo decidiu suspender, pela primeira vez, o ensino presencial, segundo um estudo do Conselho Nacional de Educação (CNE) hoje divulgado.
Os professores podem exigir aos alunos que mantenham as câmaras ligadas quando estão a decorrer as aulas, uma medida que melhora a qualidade do ensino e a relação entre estudantes e docentes.
Os diretores escolares pedem ao Governo que ceda a cada professor um computador para trabalhar e que sejam pagos os custos que os docentes estão a ter com o teletrabalho.
O ensino à distância, que regressa em Portugal a 08 de fevereiro devido à pandemia, vai agudizar a desigualdade no aproveitamento escolar das crianças, prejudicando as famílias mais desfavorecidas, segundo investigadores da Nova School of Business and Economics.
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) acusou hoje o Governo de não garantir condições para o regresso ao ensino à distância em 08 de fevereiro, tanto para alunos como para professores.
O ministro da Educação afirmou hoje que o ensino presencial é prioritário e que é preciso evitar “uma sobrevalorização do ensino à distância” após a pandemia da COVID-19.
O primeiro-ministro considerou hoje que a aquisição de computadores para estudantes não é suficiente para justificar o encerramento das escolas, porque o ensino à distância, “por melhor que seja”, não substitui “a qualidade” do ensino presencial.
O Parlamento Europeu exigiu hoje medidas ao nível da União Europeia (UE) para evitar “discrepâncias graves” no ensino à distância devido à pandemia de covid-19, exigindo que a Comissão invista em equipamentos digitais e na formação dos professores.
Apenas três em cada 10 pais inquiridos num estudo da Deco se manifestaram satisfeitos com o ensino à distância no 1.º ciclo e a maioria revelou que os filhos tiveram saudades da escola durante o confinamento.
O antigo ministro da Educação Nuno Crato reconheceu que o regime de ensino a distância pode ser positivo, mas apenas se servir como um complemento ao ensino presencial, que disse ser aquele que funciona melhor.
O Ministério Público abriu um inquérito para averiguar entradas ilícitas em plataformas de ensino online, numa das quais foi apanhado um jovem de 20 anos a quem a Polícia Judiciária eliminou todas as contas em redes sociais.
Os diretores das escolas avisam que os horários das aulas no 3.º período terão de ser adaptados à nova realidade do ensino à distância e que os professores continuam a estudar as melhores formas de ensinar.