“Temos consciência de que não há ausência de risco. As condições são as possíveis e é possível garantir a segurança dos nossos filhos (…) O regresso às escolas é fundamental para a saúde mental dos nossos filhos. Ainda que ciclicamente se tenha de fechar uma turma ou outra, temos de evitar o fecho total de uma escola ou o fecho das escolas do país. Isso é muito mais dramático do que o que neste momento nos vai preocupando”, disse o presidente do conselho executivo da Confap, Jorge Ascenção.
O dirigente, que falava aos falava aos jornalistas em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, numa conjunta com a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas (ANDAEP) e a Federação Nacional da Educação (FNE), apelou aos pais para se informem e informem os seus filhos, mostrando confiança nas regras e normas criadas nas escolas, mas sublinhando que fora delas “não é possível relaxar totalmente”.
“Temos de informar os nossos filhos. É preciso que percebam que, além dos comportamentos nas escolas – utilização da máscara e higienização – ao saírem da escola não podem relaxar totalmente. É preciso manter a máscara sobretudo em transportes, manter o distanciamento e, ao chegar a casa, infelizmente, muitos de nós não vão poder abraçar o filho e dar-lhe o beijo que tanto gostariam de dar”, disse.
Junto à Escola Básica Dr. Costa Matos, em Gaia, e após uma reunião com o diretor, Filinto Lima, que é também presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas (ANDAEP), e na qual também participou o líder da Federação nacional de Educação (FNE), João Dias da Silva, Jorge Ascenção insistiu no apelo aos cuidados e mostrou convicção de que “com alguma esperança e confiança” será possível frequentar a escola “de forma diferente mas mais ou menos tranquila”, considerando este regresso “essencial para a saúde de todos, mas sobretudo das crianças e jovens”.
“Temos de continuar a ter cuidados. Estamos no fim do verão e os casos já estão a aumentar. Não é a escola que constitui o perigo. São os comportamentos e atitudes que temos que podem causar o descalabro (…) Provavelmente vamos ter de viver com isto durante muito tempo. Ouvia hoje nas notícias que o Organização Mundial da Saúde vai reunir com 50 países e já fala numa estratégia a cinco anos. Temos de perceber e saber viver com a situação”, referiu.
Quanto à mensagem a passar às crianças, o líder da Confap aconselhou os pais a “adequarem o discurso à idade do filho”, explicando-lhes o que é o novo coronavírus “sem malabarismos e com transparência”.
“Eles percebem. Uma criança de 4/5 anos percebe. Também espero que possam brincar nas escolas. Estamos preocupados com o distanciamento, mas pelo que vamos sabendo junto de especialistas, a transmissibilidade entre crianças é praticamente inexistente. Tudo isto exige que tenhamos mais cuidado quando chegamos a casa. Temos de aumentar os cuidados para que possam ter uma vida o mais normal possível”, frisou.
Questionado sobre os procedimentos a ter quando for detetado um surto numa escola, Jorge Ascenção recomendou aos pais que aguardem orientações, garantindo que a Confap “fará tudo para dar informações”, mas mostrando “confiança” nas autoridades escolares e de saúde.
“A escola é que vai informar, o pai não vai ter conhecimento disso às escondidas. Isso é feito de forma transparente. Os pais terão de cumprir as orientações do delegado de saúde.
Cumprir as regras sem entrar em pânico, nem alarmar. Sabemos que vão existir casos. Numa situação de crise, o pânico só piora”, disse.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 924 mil mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 1.867 em Portugal.
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