"Aquilo que as escolas podiam fazer fizeram: higienização, preparação das salas, coordenação dos horários. Isto pode ser o momento de retomar a presença nas escolas, mas houve alguma imprudência do Ministério", afirmou o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, que falava aos jornalistas à entrada da Escola Secundária D. Dinis, em Coimbra.
Para o dirigente sindical, devia ter sido feita uma avaliação rigorosa "do primeiro momento de desconfinamento" antes da reabertura das escolas e deveria ter sido realizado um rastreio "que permitisse perceber o estado infeccioso ou não dos estudantes, até porque os jovens, em boa parte dos casos, são assintomáticos".
"Neste momento, os professores terão que ter uma prudência acrescida e um rigor grande na exigência que todos os normativos de segurança sanitária possam ser respeitados", vincou, recordando que há muitos professores com mais de 60 anos, sendo a Escola D. Dinis, em Coimbra, um exemplo disso.
Segundo Mário Nogueira, "existe alguma insegurança" por parte dos professores, considerando que para se combater o medo "é necessário agir com prudência" e essa mesma prudência "devia ter sido assegurada antes, para as pessoas virem [para as escolas] com confiança".
Considerando que há também um papel social a ser desempenhado pelos professores nesta retoma, Mário Nogueira chamou a atenção que o retorno "não pode ser aventureirista".
"Tem que haver prudência, rigor, respeito pelas condições de segurança e acautelar também aspetos de natureza pedagógica", realçou, apontando para diferenças na carga letiva, havendo alunos com metade da carga letiva, outros que continuam apenas com ensino à distância e outros sem qualquer resposta.
Mário Nogueira notou ainda que há alunos que "vão ter um professor novo para o mês e meio que antecede os exames".
Segundo o dirigente sindical, a Fenprof vai estar nas escolas para apoiar os professores que regressam, distribuindo também um manual de procedimentos, condições e exigências pelos docentes.
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