A casa, criada há seis meses e que funcionará como projeto-piloto durante um ano, é administrada pela Fundação António Silva Leal.

Em seis meses, a casa recebeu oito adultos (três deles reincidentes) e duas crianças, indicou a diretora técnica, Cláudia Ramalho, durante um seminário, em Lisboa, promovido pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. Atualmente, a casa tem seis utentes.

Os homens têm, em média, 52 a 53 anos e foram agredidos pelas mulheres em mais de 50 por cento dos casos. A violência exercida é, sobretudo, psicológica e verbal.

A maioria das vítimas tem escolaridade baixa, mas "alguns rendimentos", e apresentou queixa.

Falta de sensibilidade para a temática

Cláudia Ramalho lamentou "a falta de sensibilidade para a temática da violência sobre os homens", que, em seu entender, deve ser tratada como o é a violência contra as mulheres.

A diretora técnica da casa-abrigo reconheceu a ausência de apoio aos homens vítimas de violência doméstica para que possam ter uma vida autónoma, ao contrário do que se passa com as mulheres.

A secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Catarina Marcelino, admitiu que a experiência-piloto "tem falhas", mas ressalvou que "o caminho a seguir" será delineado após a avaliação do projeto, ao fim de um ano.