Biden reuniu-se hoje com fabricantes de leite em pós, enquanto o seu Governo tenta resolver a situação importando suprimentos estrangeiros e usando a Lei de Produção de Defesa para acelerar a produção doméstica.

Em comunicado, a Casa Branca disse que começará na próxima semana uma terceira rodada de remessas de leite em pó proveniente do exterior, mais concretamente do produtor Kendamil, do Reino Unido. Remessas da Bubs Australia também serão entregues na próxima semana.

"Não há nada mais stressante do que sentir que você não consegue obter o que seu filho precisa", disse Biden, acrescentando que, como "pai e avô", entende o quão difícil a escassez tem sido para os pais e seus filhos.

Biden organizou uma mesa redonda com os líderes dos fabricantes ByHeart, Bubs Australia, Reckitt, Perrigo Co. e Gerber. O grande ausente da lista é a Abbott Nutrition, cuja fábrica de Michigan foi fechada em fevereiro por questões de segurança, provocando a escassez do produto no país.

Biden foi acompanhado pelo secretário de Saúde e Serviços Humanos, Xavier Becerra, e pelo cirurgião Vivek Murthy.

A reunião foi uma oportunidade de fornecer uma atualização sobre a operação que o Governo norte-americano tem em curso para importar leite em pó e usar a lei de produção da era da Guerra da Coreia para exigir que os fornecedores priorizem os seus pedidos numa tentativa de aliviar as falhas de produção.

3,7 milhões de garrafas de leite em pó

A Casa Branca anunciou que a última rodada de remessas levaria a fórmula Kendamil desde o aeroporto de Heathrow, em Londres, para os aeroportos dos Estados Unidos por um período de três semanas, a partir de 09 de junho. Os voos transportarão cerca de 3,7 milhões de garrafas, enviadas gratuitamente pela United Airlines.

A Bubs Australia enviará o equivalente a 4,6 milhões de garrafas da sua fórmula infantil em aeronaves comerciais contratadas pelo Departamento desde Melbourne, na Austrália, para a Pensilvânia e Califórnia, em 09 e 11 de junho, respetivamente.

Biden disse que, sem esses esforços, "teria levado três semanas para levar este produto aos Estados Unidos".

O impulso às importações ajudará, mas não encerrará imediatamente a escassez de oferta que deixou as famílias que dependem do produto a enfrentar prateleiras vazias ou limites nas compras.

Duas mortes e vários internamentos 

A agência norte-americana de alimentos e medicamentos (FDA, em inglês) começou a focar-se na fábrica da Abbott quando rastreava várias infeções bacterianas em bebés que consumiram o leito em pó produzido nas instalações. Os quatro casos ocorreram entre setembro e janeiro, causando internamentos e dois óbitos.

Depois de detetar amostras positivas de bactérias raras, mas perigosas, em várias partes da fábrica, a FDA fechou a instalação.

"A última coisa que devemos fazer é permitir que fórmulas inseguras sejam vendidas aos pais", disse Biden.

Os reguladores dos EUA e a Abbott anunciaram um acordo no mês passado que ajudaria a abrir o caminho para a reabertura da fábrica, embora a produção não tenha sido reiniciada.

A Casa Branca não respondeu a um pedido de comentário sobre o motivo pela qual a Abbott não foi incluída na reunião de hoje.

Veja ainda: Fotógrafa mostra em 22 fotos a "brutal e doce realidade de ser mãe"