O Tribunal Judicial de Braga deu como provadas as acusações de abuso sexual e condenou um professor de xadrez, de 38 anos, a quatro anos e meio de prisão com pena suspensa e dez mil euros de indemnização.
O arguido foi condenado por um crime de abuso sexual de criança agravado. A vítima é uma criança que à data dos factos tinha 10 anos.
Para a suspensão da pena, o arguido, de 38 anos, terá de pagar à vítima uma indemnização de dez mil euros por danos não patrimoniais e submeter-se a um regime de prova.
O acórdão deu como provado que o homem que dava explicações de xadrez num clube de Braga forçou a vítima a "atos sexuais de relevo" ao longo de um ano. O condenado negou sempre todos os crimes.
Pena suspensa para predadores é cada vez mais comum
A história recente mostra que os predadores sexuais têm sido, cada vez mais, condenados a penas suspensas em Portugal.
Quase 25% dos autores de crimes de abuso sexual de menores entre 2014 e 2016 foram condenados a pena suspensa.
Entre um total de 696 condenações, os juízes optaram por esta via 523 vezes, revelam dados divulgados pelo Ministério da Justiça.
Em 2015, apenas 15 abusadores foram condenados a prisão efetiva, sendo que 203 beneficiaram de pena suspensa.
Em 2016, do total de 267 condenações, apenas 85 abusadores sexuais de menor foram parar à cadeia, informa ainda a referida rádio.
Apesar do risco que representa para a vítima o agressor estar em liberdade, os crimes de violência doméstica também estão entre aqueles em que mais é aplicada a pena suspensa. Em 2014, houve 73 condenados por violência doméstica a cumprir pena de prisão.
No total, 138 beneficiaram de pena suspensa, simples ou sujeita a obrigações ou deveres, como trabalho comunitário ou manutenção de distância física das vítimas.
No entanto, em 2015, esta desproporção é ainda maior: apenas 15 agressores ficaram detidos e 203 obtiveram uma sentença que os pôs em liberdade.
Já em 2016, do total de condenados por violência doméstica, 1.390 conseguiram pena suspensa e somente 95 cumpriram pena efetiva.
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